Com uma atuação segura, bem a seu estilo, o finlandês Valtteri Bottas sustentou a primeira colocação do começo ao fim, resistindo às investidas do companheiro de Mercedes Lewis Hamilton, e venceu o GP da Áustria, faturando a primeira vitória da temporada de 2020 da Fórmula 1.Bottas conquistou a oitava vitória na carreira, a segunda no circuito Red Bull Ring de Spielberg, na Áustria. O finlandês da Mercedes fez a pole no treino classificatório e teve calma e segurança para manter o primeiro lugar até o fim.Punido com três posições no grid de largada por desacelerar em bandeiras amarelas no treino classificatório depois do protesto da Red Bull junto à FIA, Lewis Hamilton largou em quinto. O hexacampeão mundial logo recuperou a posição e correu em segundo por quase toda a corrida.No entanto, o piloto da Mercedes recebeu punição dos comissários da prova de 5s por um toque no carro do tailandês Alexander Albon no final e acabou fora do pódio, em quarto lugar, seu pior resultado na abertura de uma temporada desde 2014, quando abandonou o GP da Austrália.Assim, a segunda colocação ficou com o monegasco Charles Leclerc, da Ferrari, e o pódio foi completo por Lando Norris, da McLaren. Mesmo que não subisse no pódio, o jovem inglês foi um dos destaques da corrida. "Estou sem palavras. Em alguns momentos, eu achei que tinha vacilado, mas eu consegui passar o Pérez e subir no pódio. Estou tão feliz e orgulhoso pelo time", disse Norris.Como previsto, a cerimônia de entrega dos troféus foi bem diferente do usual. Os três pilotos se mantiveram distantes uns dos outros no pódio e usaram máscaras de proteção. Ao final do hino da Alemanha, em comemoração ao triunfo da Mercedes, não houve abraços e cada um comemorou com seu champagne.Um dos favoritos a brigar pelo topo, Max Verstappen, que largou no segundo posto, beneficiado com a punição a Hamilton, teve um dia para esquecer. O seu carro da Red Bull sofreu uma pane e ele teve de abandonar a prova após 12 voltas, quando era vice-líder e mantinha a perseguição a Bottas. O holandês, que venceu na Áustria em 2018 e 2019, foi aos boxes e ainda tentou voltar à pista, mas o carro parou.Verstappen não foi o único a não cruzar a linha de chegada. Foi uma prova à moda antiga, caótica, cheia de alternância de posições, disputas e marcada por uma série de abandonos. No final, apenas 13 pilotos completaram o percurso. Kevin Magnussen, Romain Grosjean, Kimi Raikkonen, Lance Stroll, Daniel Ricciardo e George Russell foram os outros a abandonar.O espanhol Carlos Sainz, da McLaren, cruzou a linha de chegada em quinto, seguido pelo mexicano Sergio Pérez, da Racing Point. Os francêss Pierre Gasly, da AlphaTauri e Esteban Ocon, da Renault, apareceram na sétima e oitava colocações, respectivamente, e o italiano Antonio Giovinazzi, Alfa Romeo, foi o nono. O alemão Sebastian Vettel, da Ferrari, completou o grupo dos dez melhores colocados.Antes da largada, a maioria dos pilotos se ajoelhou em sinal de protesto contra o racismo. O movimento foi liderado por Hamilton, o único negro na categoria e que se posiciona com frequência e veemência em favor de justiça racial. Todos usaram camisetas pretas com mensagens antirracistas.Em razão do calendário apertado e dada a limitada opção de circuitos em razão da pandemia do novo coronavírus, a Fórmula 1 optou por realizar rodadas duplas nesta temporada. Assim, a próxima corrida será novamente na Áustria, no próximo domingo.A categoria usou a criatividade para criar nomes para diferenciar as duas provas realizadas no mesmo país. A próxima corrida, portanto, é o GP da Estíria, estado austríaco onde se localiza o autódromo, na cidade de Spielberg.