A nova Fifa, sob administração do presidente Gianni Infantino, manteve a postura de considerar campeões mundiais os vencedores dos torneios realizados a partir de 2000, no formato atual do Mundial de Clubes. Em um comunicado ao jornal "Estado de S. Paulo", a entidade esclareceu seus critérios, não reconhecendo o status de mundial os títulos de Palmeiras em 1951 ou dos demais clubes brasileiros que venceram os confrontos intercontinentais entre campeões da Liga dos Campeões (ou seu equivalente) e Libertadores antes da entidade assumir a organização.

Política, a entidade não ignora as conquistas de Palmeiras, Santos, Grêmio, Flamengo, São Paulo e outros clubes do mundo entre 1950 e 2004, mas desqualifica os títulos intercontinentais como oficiais. Essa mesma postura ocorreu em 2014, quando a Fifa, ainda presidida por Joseph Blatter, respondeu a um questionamento do UOL Esporte.

"A Fifa reconhece e valoriza as iniciativas de estabelecer competições de clubes de dimensões mundiais ao longo da história. Esse foi o caso de torneios envolvendo clubes europeus e sul-americanos, como a pioneira Copa Rio, jogada em 1951 e 1952, e a Copa Intercontinental", diz o comunicado ao "Estado".

"Entretanto, não foi até 2000 que a Fifa organizou o estreante Mundial de Clubes das Fifa, com representantes de todas as seis confederações. Os vencedores dessa competição, que passou a ser organizada anualmente a partir de 2005, são aqueles considerados oficialmente pela Fifa como campeões mundiais de clubes", definiu.

De acordo com a Fifa, os brasileiros campeões mundiais de forma oficial são: São Paulo em 2005, o Internacional em 2006, e o Corinthians em 2000 e 2012. Porém, somando Fifa e Copa Intercontinental, o tricolor paulista é o maior vencedor de Mundiais, com três títulos, sendo dois deles no antigo intercontinental (1992 e 1993). Santos e Corinthians têm dois, sendo que os títulos do clube do litoral paulista datam de 1962 e 1963. Flamengo e Grêmio conquistaram a taça em 1981 e 1983, respectivamente.

O Grêmio foi o primeiro clube a se pronunciar sobre o tema. "Essa situação não nos retira nada do título. A disputa foi intercontinental, era a modalidade que existia na época. Sempre se vendeu como uma final interclubes, era o mundial que existia, só não era patrocinado pela Fifa, o que não faz diferença alguma. Não muda em nada o sentimento dos gremistas quanto a nossa conquista de 1983", disse o presidente gremista, Romildo Bolzan Júnior, ao UOL Esporte.

O Flamengo, por sua vez, disse em contato com o UOL que "o posicionamento da Fifa não muda os fatos: o Flamengo é campeão mundial de 1981, assim como é o campeão brasileiro de 1987". E o São Paulo, bi da antiga versão em 1992 e 1993 e campeão da nova em 2005, disse que "não irá se manifestar".