No dia 15 de setembro de 2001, uma tragédia chocou o mundo do automobilismo mundial. Naquele dia, o piloto italiano Alessandro Zanardi, bicampeão da categoria, teve as duas pernas amputadas após um acidente no final do GP da Alemanha de F-Indy, em Lausitz. Exatos 15 anos depois, ele conquistou nesta sexta-feira (15), no Rio sua quarta medalha paralímpica no ciclismo.

Com a prata na prova do ciclismo de estrada H5, Zanardi, que também correu na Fórmula 1 no início dos anos 1990, celebrou o feito - em Londres 2012, ele conquistou medalhas na prova de estrada e no contrarrelógio. Na Rio, além do 2º lugar, ele já havia conquistado o ouro na prova contrarrelógio, na quinta-feira (14).

"As vezes eu paro em frente minhas medalhas e penso sobre o que me levaram a elas. Elas são um símbolo. Não são objetos que eu me importo, me importo muito mais sobre o significado daqueles objetos e tudo que eu fiz para chegar lá", comentou o italiano.

Na quinta-feira, ao ouvir o hino italiano no pódio, Zanardi não se segurou e caiu em lágrimas. "Isto é fantástico. Normalmente, eu não agradeço a Deus por este tipo de coisa. Acho que Deus tem coisas mais importantes para se preocupar, mas ontem foi demais. Eu tive de levantar meus olhos e agradecê-lo. Me senti com muita sorte, senti que minha vida é um privilégio sem fim."

No Rio, além das duas medalhas, ele teve feitos consideráveis na Fórmula Indy, categoria pela qual correu entre 1996 e 2001. Na cidade, ele fez sua primeira pole na carreira e subiu uma vez ao pódio, em 2º lugar. "Estou feliz como um porco na lama. Quando você se encontra em certas situações, você precisa identificar onde você quer ir e o que quer alcançar. Se isto for algo pequeno ou grande, passou a passo você pode fazer as coisas acontecerem", comenta o italiano.

As raízes com o Brasil, vão além. "Meu ídolo era Ayrton Senna e foi um privilégio conhecê-lo ainda quando ele corria de kart. Sempre falei para os meus amigos quando ele começou a correr 'veja aquele cara, ele vai surpreender vocês todos'. Ele disseram 'não', mas depois eles vieram até a mim e disseram 'uau, você estava certo. Aquele cara é realmente rápido'", relembrou Zanardi.