Depois de 40 dias das ofensas racistas sofridas por Tinga durante a disputa de um jogo na Copa Libertadores, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) finalmente anunciou ontem a punição ao Real Garcilaso. O clube peruano foi multado em apenas US$ 12 mil (cerca de R$ 28 mil) e levou uma advertência pelo episódio discriminatório que contou com manifestações indignadas até da presidente Dilma Rousseff e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.“O clube peruano foi punido com uma multa de USD 12.000 e com uma advertência formal pela qual seu estádio será fechado em caso de nova infração deste tipo”, anunciou a Conmebol, que vinha sendo cobrada pelo caso desde o dia 12 de fevereiro, data em que Tinga ouviu torcedores do Real Garcilaso imitando o som de macaco nas arquibancadas do estádio.O volante do Cruzeiro ouviu as manifestações racistas toda vez que tocava na bola no segundo tempo, quando entrou em campo no lugar de Ricardo Goulart, na partida disputada na cidade peruana de Huancayo. Abatido em razão das ofensas, Tinga disse ao fim do jogo que trocaria todos os seus títulos, de uma vitoriosa carreira, pelo fim do preconceito.Os atos discriminatórios de parte da torcida peruana provocaram forte repercussão no mundo esportivo. Jogadores e dirigentes condenaram as manifestações racistas. O presidente da CBF, José Maria Marin, saiu em defesa de Tinga.-Imagem (Image_1.504942)