A Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) suspendeu nesta terça-feira, 14, o calendário nacional de ciclismo e cancelou diversas provas de mountain biker (MTB ) e ciclismo de estrada em 2020, numa medida decorrente da pandemia de Covid-19. A decisão causou o adiamento da Copa Norte-Nordeste de Ciclismo, que seria realizada em Palmas, em agosto, pela segunda vez.
 
O Tocantins é bicampeão desta principal prova da região, organizada pela CBC e Federação Tocantinense de Ciclismo (FTC), com os títulos de 2018 (em Palmas) e 2019, por isso sediará a prova, que deve ficar para 2021, segundo o presidente da FTC, Marcelo Leão. 
 
"É uma pena, a gente tem atletas treinando para a prova, com chance de medalhas de ouro nas categorias de base, principalmente em júnior e com o adiamento não poderão disputar e perde um trabalho que foi feito na categoria de base”, lamenta o presidente da FTC, Marcelo Leão. “O adiamento é muito triste, porque os atletas do Tocantins estavam em busca do tricampeonato, mesmo durante a pandemia, mas isso é um problema mundial e vamos trabalhar para realizar a prova em 2021", afirma.
 
Quanto às provas estaduais a cargo da FTC, Leão também disse aguardar a evolução da pandemia para divulgar o calendário. Ele estima que o estadual deve ocorrer no final ano "se ocorrer melhora significativa" do cenário. “Impossível realizar eventos, nenhum município correrá o risco, e mesmo que aceite [sediar uma prova] tem que oficializar o Ministério Público para não haver surpresa, então é difícil”.
 
Provas clandestinas
 
Os ciclistas de Palmas parecem não seguir o entendimento da CBC e FTC, ignoram o cenário de pandemia e crescente número de casos na capital e no Tocantins e improvisam provas clandestinas, com recompensas em dinheiro disputado em “rachões”, quando não há cronometragem nem fiscalização, sem seguro para os participantes da disputa em percurso improvisado. 
 
No último final de semana, em frente ao residencial Polinésia houve uma dessas provas clandestinas na modalidade MTB. As imagens mostram pódio improvisado com participantes sem máscaras e sem respeitar distanciamento mínimo recomendado pelas autoridades sanitárias.
 
Mais dois “rachões” estão programados, um de estrada, no dia 19 de julho, com largada às 7 horas próximo à Praia das Arnos e outro no dia 26 de julho, em Taquaralto, na modalidade MTB. Em ambos eventos há contribuição dos participantes, de R$ 5 na estrada e de R$ 15 no MTB. O dinheiro é repartido entre os vencedores da disputa improvisada.
 
Organizador de uma das tradicionais provas de MTB de Palmas, o Prêmio Palmas MTB, o atleta Juliano Veiga afirma que os rachões não são competições clandestinas nem têm organização definida. “Apenas os atletas que fazem pedais [de treinamento] no meio da semana decidiram se juntar e realizar um pedal no domingo, valendo dinheiro, mas não tem um organizador, uma organização”, explica.