O Comitê de Ética da Fifa sugeriu que Joseph Blatter, presidente da entidade, e Michel Platini, presidente da Uefa, sejam punidos pelo pagamento suspeito de US$ 2 milhões que o ex-jogador francês recebeu dos cofres da entidade em 2011.

A Fifa anunciou neste sábado (21) que os relatórios finais das investigações contra ambos foram concluídos com a recomendação de sanções contra eles - o teor do documento não foi revelado, mas uma das punições possíveis é bani-los das atividades do futebol por um período determinado de tempo.

Blatter e Platini já estão suspensos provisoriamente por 90 dias desde outubro. A expectativa é que o chefe do Comitê de Ética, o alemão Hans-Joachim Eckert, dê seu parecer final sobre o caso nas próximas semanas, antes de expirar o prazo dos afastamentos provisórios.
Platini aguarda o resultado desta investigação para levar adiante o desejo de disputar a eleição para a presidência da Fifa, marcada para 26 de fevereiro. A viabilidade de sua candidatura depende da conclusão desse processo interno.

Blatter, por sua vez, não gostaria de deixar a Fifa pelas portas dos fundos. Ele se despediria do cargo oficialmente no Congresso de fevereiro, convocado por ele após o escândalo de corrupção que levou à prisão de sete cartolas no dia 27 de maio - entre eles o ex-presidente da CBF José Maria Marin–, dois dias antes de o dirigente suíço ser reeleito para mais um mandato de quatro anos.

Uma eventual decisão do Comitê de Ética de banir Blatter tira qualquer possibilidade do suíço conduzir o Congresso de fevereiro, que reúne as 209 federações filiadas.

Tanto Platini quanto Blatter negam irregularidades no pagamento de US$ 2 milhões. Segundo o francês, o dinheiro é fruto de serviços prestados à Fifa entre 1999 e 2002, mesma versão apresentada pelo dirigente suíço.

Essa transação, no entanto, jamais teria sido registrada no balanço financeiro da Fifa, nem mesmo haveria um contrato assinado com Platini em relação a isso.

O valor foi repassado ao cartola francês meses antes da reeleição de Blatter ao cargo de presidente da Fifa, em maio de 2011 –na ocasião, ele foi apoiado pelo ex-jogador francês.