A seleção brasileira ganhou no último final de semana mais um componente para aumentar o favoritismo para brigar pelo hexacampeonato na Copa do Mundo da Rússia. A transferência de Philippe Coutinho para o Barcelona, no último sábado, faz a equipe do técnico Tite ter o time titular mais valioso entre os 32 participantes do torneio.

Os cerca de R$ 630 milhões pagos pelo time catalão para tirar o meia do Liverpool alavancaram no mercado a cotação de Philippe Coutinho e do Brasil. Nenhuma das seleções classificadas para o Mundial da Rússia tem uma soma tão elevada do valor de mercado dos 11 titulares. O time brasileiro chegou a R$ 2,07 bilhões, pouco acima da Espanha e da Bélgica.

O Estado fez um levantamento entre os titulares recorrentes das seleções com base no site alemão Transfermarkt, especializado em transferências de jogadores. A reportagem leva em conta os dados do site, com a atualização do valor pago pelo Barcelona para tirar Philippe Coutinho do Liverpool, na segunda negociação mais cara da história.

A transferência mais alta, inclusive, é também brasileira. Quando no meio do ano passado Neymar deixou o Barcelona para reforçar o Paris Saint-Germain por cerca de R$ 862 milhões, também ajudou a seleção brasileira a despontar como a mais cara do mundo.

A equipe de Tite chegará à Rússia bastante valorizada no mercado de transferências pela presença de dois grandes fatores: juventude e talento. As duas condições são extremamente importantes para que o preço de um jogador suba. Não à toa, apenas os valores estimados dos três principais atletas - Neymar, Philippe Coutinho e Gabriel Jesus -, superam o do time titular completo de Portugal, apesar da presença de Cristiano Ronaldo.

O trio de ataque do Brasil é formado por jogadores com no máximo 25 anos e capacidade para continuar a aparecer como os mais caros do mundo. Se Neymar e Philippe Coutinho já figuram entre as transferências recordes, Gabriel Jesus também tende a se valorizar. Afinal, aos 21 anos, o ex-palmeirense tem valor de mercado, segundo o Transfermarkt, duas vezes acima da quantia paga pelo Manchester City para comprá-lo em 2016.

A campanha brasileira na classificação para a Copa do Mundo foi importante para transformar a seleção na equipe titular mais cara do mundo. A reação no torneio teve como um dos destaques o volante Paulinho, exemplo desse processo. O ex-jogador do Guangzhou Evergrande, da China, reconquistou espaço no futebol europeu movido pela boa fase vivida no futebol asiático e as grandes atuações nas Eliminatórias. Ele foi o vice-artilheiro do Brasil na competição, com seis gols, mesmo número de Neymar.

O trabalho relevante levou o Barcelona a investir cerca de R$ 150 milhões para tirá-lo do futebol chinês no meio de 2017. O valor é praticamente o triplo do pago pelo Guangzhou Evergrande dois anos antes ao Tottenham, da Inglaterra, onde o volante estava como reserva. Uma valorização rápida no mercado e expressiva para ajudar a aumentar a cotação dos titulares brasileiros.