Clayson passou praticamente um ano sem balançar as redes. Ele marcou em abril de 2018 e depois só foi fazer outro gol no início de março, no empate por 1 a 1 com o São Bento. O jejum teve relação com alguns problemas familiares que aconteceram em sequência. A filha nasceu prematura e teve de ficar internada por causa de uma pneumonia. Logo em seguida, sua sogra morreu.

O ano de 2018 do atacante terminou em baixa, como o do Corinthians, que lutou contra o rebaixamento no Campeonato Brasileiro. Mas Carille, o técnico que pediu sua contratação em 2017, retornou e então veio a reviravolta. Curiosamente, desde que voltou a balançar as redes, Clayson não saiu mais do time.

Em conversa com o Estado, o jogador comentou sobre as dificuldades enfrentadas em 2018, a confiança que o treinador tem depositado nele e a expectativa para a reta final do Campeonato Paulista.

No ano passado você teve o problema com a filha e com a sogra. No início da temporada quase foi envolvido em uma negociação com o Atlético-MG. Como você trabalhou psicologicamente para dar a volta por cima?

O segundo semestre foi ruim, conturbado, ficou para trás. Estava totalmente focado em fazer um bom 2019. Trabalhei bastante nas férias, treinei, me dediquei. Deixei para meu empresário cuidar sobre o meu futuro, queria estar bem. Estou feliz no Corinthians e quero permanecer aqui. Se deus quiser vamos manter isso aí e continuar em alto nível.

Você teve alguma conversa com o Carille no início do ano?

Quando voltei das férias ele conversou comigo. Disse que tinha pedido para a diretoria a minha permanência. Fico feliz pela confiança depositada e estou contente em poder retribuir dentro de campo. O grupo está em uma crescente e esperamos agora fazer uma grande semifinal contra o Santos.

As duas últimas assistências para gols do Corinthians (contra a Ferroviária) foram suas. Você traça metas de gols e assistências na temporada, como o Junior Urso, que disse que pretende fazer um gol a cada três jogos?

Claro que a gente se preocupa em fazer gol e dar assistência. Mas o Corinthians tem característica forte que é ajudar na marcação. Então, a gente tem de estar pronto para ajudar da melhor forma possível. Cada jogo vai exigir uma coisa.

O Carille disse em entrevista que você é um jogador raro, aquele que faz o "um contra um" pelos lados do campo. Acha que isso foi fundamental para sua permanência neste ano?

Não digo raro. Mas realmente tem poucos como eu. O mais importante é a confiança que ele deposita em mim. Isso faz total diferença para o meu futebol. Me sinto tranquilo para realizar meu trabalho. Vamos forte para a próxima fase.

Como você vê esse atual grupo do Corinthians?

São jogadores de qualidade. Quem joga vem dando conta do recado. E isso interessa ao clube. Aqueles que não estão começando estão dando conta também, ajudam no treinamento e isso é importante para todo o grupo. A gente vem evoluindo jogo a jogo e agora nossa meta é chegar na decisão.

O que espera dos jogos contra o Santos?

Vai ser mais um jogo difícil. São times com estilos de jogo diferentes. O Santos é parecido até com a Ferroviária. Temos de fazer um bom primeiro jogo em casa. Vamos tentar abrir uma boa vantagem pra ir tranquilo para o segundo jogo.