Depois de selar um pacto com as demais federações de futebol da América do Sul para votar no suíço Gianni Infantino para presidente da Fifa, a CBF cogita trocar o seu voto em cima da hora – a eleição será na sexta-feira (26).

Com a ascensão da candidatura do xeque Salman bin Ebrahim al-Khalifa, do Bahrein, os brasileiros decidiram que irão ouvir todos os candidatos antes de fechar apoio.

Desde a semana passada, o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, discute com cartolas do exterior e sua diretoria a mudança. Ele teme sofrer represália do xeque em caso de vitória.

Del Nero está afastado da CBF desde dezembro após ser acusado pelo FBI (polícia federal norte-americana) de corrupção. Também é investigado pelo Comitê de Ética da Fifa e pode ser afastado.

Mesmo fora da presidência, Del Nero segue decidindo as estratégias da CBF. Ele, porém, não irá à Suíça e será representado pelo coronel Antonio Carlos Nunes, presidente interino da entidade.

A escolha do novo presidente da Fifa acontecerá em meio à maior crise da história centenária da entidade.

Al-Khalifa integra o Comitê de Finanças da Fifa, é membro da família real do Bahrein e presidente da Federação Asiática de Futebol. Também articulou a candidatura do Qatar à Copa de 2022. Tem apoio de quase todos os filiados do continente –46 países.

No começo do mês, fechou acordo com a Confederação Africana de Futebol, que tem 54 votos. Europa (53 votos), Américas do Norte e Central e Caribe (35), Oceania (11) e América do Sul (10) completam o colégio eleitoral.

Favorito, Infantino pode ser abandonado por outros países sul-americanos.

Ex-secretário-geral da Uefa, ele tem apoio da Europa e América do Sul. Se candidatou após o banimento de Michel Platini, acusado de receber dinheiro ilegal da Fifa.

O francês Jérôme Champagne, ex-dirigente da Fifa, o jordaniano Ali Bin Al Hussein e o sul-africano Tokyo Sexwale também disputam o cargo. O africano deve abrir mão de sua candidatura.