A tensão de um jogo eliminatório parece não assustar o Brasil. Quando chegou para a entrevista, neste domingo (1º), na Arena Cosmos, em Samara, Tite estava acompanhado de Thiago Silva, escolhido para ser capitão. O jogo desta segunda-feira (2) contra o México, às 11 horas (de Brasília), vale pelas oitavas de final da Copa do Mundo da Rússia, mas o treinador brasileiro avisou: “Desde que empatamos o primeiro jogo, virou mata-mata”.

O da vez é entre países latino-americanos que se enfrentam pela primeira neste tipo de jogo eliminatório em um Mundial. Nas quatro partidas do retrospecto entre os dois rivais na história das Copas, foram 4 vitórias brasileiras e um empate, todos os jogos disputados na 1ª fase. Vencer o México significará, para o Brasil, seguir em sua missão de apagar o fracasso precoce nas três Copas anteriores. Se cair, será a pior campanha do País na Copa desde que foi eliminado nas oitavas de final, em 1990, pela Argentina, na Copa da Itália.

Calejado pela trajetória de pressão na fase de grupos, o treinador manteve o ritual e não escondeu o time, mesmo com a possibilidade de mudança nas duas laterais. Fagner e Filipe Luís serão os titulares. O primeiro ganhou a posição de Danilo, após a lesão do antigo titular e as boas apresentações contra Costa Rica e Sérvia. O segundo entra pois Marcelo só teria condições de atuar por 60 minutos. “Não pagamos um preço de vencer com a saúde”, justificou Tite.

Thiago Silva endossou a tranquilidade do chefe. “Não é necessariamente outra Copa do Mundo a partir de agora. Temos de errar o menos possível, pois pode custar caro. Todo o trabalho que vem sendo feito durante quatro anos está em jogo”, comentou o zagueiro. “Temos de enfrentar esse jogo com muita concentração, mas já temos um plano A e um plano B”, complementou o capitão, sem dar mais detalhes sobre a alternativa brasileira.

Tite tratou de despistar sobre a confissão feita por Thiago Silva. Apesar de ter revelado a escalação e alguns detalhes do ambiente interno, o técnico brasileiro age com cautela. “Não vou trazer minuciosamente situações específicas. Vão haver ajustes, mas a expectativa é de que a equipe repita o padrão do jogo contra a Sérvia e evolua.”

Do lado do México, o ex-são paulino Juan Carlos Osorio prega o respeito. “A melhor seleção do mundo”, resumiu. O treinador, no entanto, disse que seu time não jogará retrancado. “Temos de causar aos rivais problemas defensivos. Está em nossa proposta atacar. Teremos pelo menos cinco jogadores ofensivos. Da metade do campo para frente, todos são capazes de atacar e criar problemas para a defesa rival.”

O volante mexicano Hector Herrera é o único dos sete remanescentes do time que conquistou o ouro olímpico sobre o Brasil, em 2012 (Londres), que é titular nesta segunda-feira. A lembrança daquela conquista, no entanto, não ilude o capitão. “Só tenho lembranças boas (daquela conquista), mas isto é passado. Temos de viver o presente. Eles têm uma equipe de muita qualidade, são jogadores que estão nos melhores clubes do mundo. Espero que a façamos uma grande partida. Queremos seguir com o nosso sonho que é ganhar a Copa do Mundo”.

Pré-jogo