Uma auditoria feita pela Claudio Cunha Engenharia e Construções e apresentada aos conselheiros do Corinthians mostra alguns pontos que causavam discordância entre o clube e a Odebrecht, construtora responsável pela obra. Um dos pontos revelados é o fato de a obra custar mais R$ 1,8 bilhão ao clube - se os CIDs forem vendidos, o valor cai para R$ 1,338 milhão. Andrés Sanchez, um dos principais articuladores da construção do estádio, comemora a divulgação dos dados e crê em novos tempos.

“Fiquei satisfeito porque mostra a lisura que tudo isso foi feito”, disse o ex-presidente do clube, em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo. “Isso abrem as portas para acordos que o Corinthians precisa fazer para resolver os problemas do estádio”, completou.

A expectativa é que o clube consiga atrair empresas para investir no estádio, agora que existe um documento oficializando valores e a situação da arena. Segundo a auditoria, o Corinthians tem R$ 232 milhões de crédito com a Odebrecht. Seriam R$ 150 milhões de obras que a construtora não fez e mais multas no valor de R$ 22 milhões pelo atraso na entrega do estádio e mais R$ 60 milhões por reparos feitos no estádio.

Em alguns setores em que a obra não foi finalizada, o Corinthians tem dificuldade para realizar eventos e a auditoria aponta que o prejuízo chegue aos R$ 100 milhões. A assessoria de imprensa da construtora contesta a informação da auditoria.

O presidente do Corinthians, Roberto de Andrade, esteve presente na reunião do conselho em que os dados foram divulgados, na última segunda-feira, mas preferiu não se manifestar. Nos bastidores, os dirigentes acreditam que a auditoria é uma vitória do clube, que passa a ter uma terceira voz, independente, na discussão com a construtora.

Corinthians e Odebrecht já conversam sobre a divergência de valores, obras que não foram finalizadas e dívidas.