Após sofrer críticas nos últimos meses em função de sua religião, o volante Feijão, que defende o Bahia no Campeonato Brasileiro da Série A e já teve uma passagem no Atlético, voltou a comentar sobre a intolerância religiosa que sofre em suas redes sociais.

Em algumas postagens em sua página no Instagram, Feijão faz menções a Ogum, uma das principais divindades cultuadas na religião de matriz afro-brasileira. Vários comentários nas imagens mostram apoio e elogiam a fé do atleta. Porém, alguns seguidores expressam palavras intolerantes e chegam a receber respostas do jogador.

Um comentário na última postagem feita por Feijão, no último dia 14 de junho, dizia: "Ô seu macumbeiro, não venha para cá tirar sua onda não, sua carniça. Saía do Bahia". Na sequência, Feijão respondeu: "Sou macumbeiro, não tenho vergonha não, pai. Quem é você para me mandar embora do Bahia?". O mesmo seguidor respondeu culpando a fé do atleta por sua má fase: "Que diabo de Ogum! Por isso não vai pra frente". O volante rebateu: "Cade um com sua religião. Não venha falar m... aqui na minha página".

Durante a entrevista coletiva da última quarta-feira (5) antes do treinamento do time em Salvador, Feijão declarou que as pessoas estão confundindo as coisas e que tem muito orgulho de sua fé. "Respeito todas as religiões e espero que respeitem a minha. Sou do candomblé e com muito orgulho. Espero que tenha coragem de falar na minha frente. Na rede social é fácil", afirmou.

O Código Penal Brasileiro, em seu artigo 208, considera a intolerância religiosa um crime de ódio, com pena prevista de um a até três anos de prisão. Porém, Feijão disse que, mesmo motivado por alguns usuários, não pretende levar os casos à Justiça.