A operação Vegas, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na última quarta-feira, mantém a custódia do auditor fiscal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Dagoberto Machado Prata, que foi preso preventivamente, e de todos os outros dez presos temporariamente na ação.

A operação também já ouviu todos os citados, incluindo os que foram conduzidos coercitivamente para prestar esclarecimentos e concluiu o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nas propriedades e nas empresas supostamente envolvidas.

O auditor fiscal do Serviço de Inspeção Federal (SIF) Orliomar Martins da Cruz e o Inspetor Veterinário Naelson Georlando Santos, presos temporariamente pela PF, entraram com pedido de liberdade provisória, que segundo informações da Justiça Federal ainda não foram analisados.

A operação apontou o pagamento de propina para servidores públicos do Mapa e da Adapec, que trabalhavam na fiscalização e liberação para o consumo de produtos como carne e laticínios. Os valores seriam oferecidos por empresas do ramo em troca da aprovação imediata das mercadorias.

Segunda as investigações, em troca de propina, Dagoberto permitia que “carcaças manifestamente contaminadas por tuberculose fossem destinadas a consumo humano, impedindo que a planta frigorífica da empresa LKJ (Boi Forte) em Araguaína fosse fechada, pelo absoluto descumprimento das normas sanitárias e de segurança alimentar previstas para o setor”.

A ex-chefe do Serviço de Inspeção e Saúde Animal do Mapa no Tocantins, Adriana Carla Floresta Feitosa, principal investigada pela Operação Lucas deflagrada em maio – primeira fase da Vegas –, permanece em medida cautelar da Justiça através do uso de tornozeleira eletrônica e de outras restrições. Ela ficou presa do dia 16 de maio até o último dia 4.

De acordo com a decisão da Justiça que deflagra a operação Vegas, com a prisão de Adriana, principal nome da primeira fase das investigações no esquema de fraudes envolvendo fiscais agropecuários e empresas do ramo, a polícia conseguiu a colaboração e depoimentos de “servidores que procuraram espontaneamente a Polícia Federal, colocando-se à disposição das autoridades policiais e prestando valorosas informações e documentos para a adequada identificação dos responsáveis – apontados nesta etapa”. Fator que teria sido essencial para a identificação de outros possíveis envolvidos.

As investigações apontam que Dagoberto era o responsável por atos de corrupção variados, em gravidade equivalente aos praticados por Adriana. “Enquanto Adriana atuava ativamente na região de Palmas, Dagoberto atuava intensamente na região norte do Estado”.

Operação

Cerca de 115 policiais federais cumpriram 51 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva, dez de prisões temporárias, 12 de condução coercitiva e 28 de busca e apreensão nos estados do Maranhão, Minas Gerais e no Tocantins - nos municípios de Araguaína, Gurupi, Palmas e Paraíso do Tocantins.