Você já parou para pensar quais os horários que mais consome energia em casa ou estabelecimento? Essa reflexão é uma das mais importantes na hora de decidir se vale a pena aderir a chamada tarifa branca, ampliada para pequenos consumidores, podendo gerar uma economia de até 14% na conta. A nova medida, que prevê a possibilidade de pagar valores diferentes de tarifa a depender do horário, passou a valer em 1º de janeiro e a população já pode optar por essa modalidade ou continuar pagando pela tarifa convencional.Desde 2018 à tarifa branca era possível para clientes com alto nível de consumo mensal, mas após aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), agora aqueles que consomem menos de 250 KWh por mês também podem aproveitar a medida, desde que observadas algumas questões. No entanto, a modalidade não se aplica aos consumidores residenciais da subclasse baixa renda, da classe iluminação pública e àquelas com faturamento pela modalidade pré-pagamento de Baixa Renda, beneficiários de descontos previstos em Lei e à taxa cobrada de iluminação pública.Como funcionaO valor da tarifa branca varia de acordo com diferentes horários do dia e também tem diferença em cada estado. O primeiro a ser mencionado é o “fora da ponta”, horário em que a tarifa cobrada será menor. Já o horário de ponta é considerado horário de pico e, por isso, a tarifa é aproximadamente cinco vezes maior que fora da ponta. Também há o horário intermediário, no qual a tarifa será três vezes maior que fora da ponta. A exceção está nos finais de semana e feriados, quando somente a tarifa fora de ponta será aplicada.No Tocantins, a Energisa informou que o horário de ponta é das 18 às 20h59 e o intermediário é das 17 às 17h59 e das 21 às 21h59. Sendo assim, os horários em que a tarifa aplicada será mais cara para os consumidores tocantinenses é das 17 horas às 22 horas e fora desse período de tempo a cobrança pelo consumo será bem menor.Conforme a Concessionária, a intenção de estender a tarifa é para que alguns consumidores desloquem o consumo dos períodos de ponta para aqueles em que a rede de distribuição de energia elétrica tem capacidade adicional de atendimento, ou seja, quando o consumo é menor, reduzindo a necessidade de investimentos adicionais no sistema e contribuindo para a modicidade das tarifas.Vale a pena aderir? Compreendendo essa dinâmica, a economista Rozynei Nunes, de 50 anos, explica que antes de aderir à nova Tarifa, o consumidor deve observar a própria rotina. “É preciso antes de tudo fazer uma análise do perfil de consumo, ou seja, ver quais são os horários do dia que mais consome energia, a partir disso avaliar se compensa ou não”, afirma.A adesão a tarifa branca pode ser vantajosa em especial para aqueles que estudam ou trabalham à noite. “Como essas pessoas não estarão em casa no chamado horário de ponta, o consumo de energia será mínimo e a economia pode chegar em até 14%”, frisou, lembrando que em casos de pequenos escritórios e comércios, também pode ser uma boa opção, já que normalmente o expediente vai das 8 às 18 horas e não abrange o horário de ponta.Segundo a especialista, a análise precisa ser bem criteriosa para evitar que, em vez de economizar, o consumidor acabe pagando mais. “Quando falamos de um consumidor que paga abaixo de R$ 140, tendo um consumo mínimo, provavelmente não compensa aderir se ele não mudar os hábitos. Na verdade pode até aumentar o valor no final das contas”, destaca.Por exemplo, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) considerou tarifas da Enel de São Paulo e, no limite, a economia com a adesão da tarifa branca pode ser de 15,31%, mas se o consumo for bem maior nos horários de ponta e intermediário, pode aumentar até 86%.Caso a pessoa opte por aderir a tarifa, a dica é se atentar aos detalhes e mudar a rotina. “Deixar de passar ou lavar roupa à noite, caso use máquina, não usar o chuveiro elétrico e evitar ar condicionado até ás 22 horas, ou seja, evitar o máximo o consumo e só deixar ligado àquilo que é necessário”, finaliza.SolicitaçãoPara solicitar a adesão à tarifa branca, os consumidores devem procurar as agências de atendimento presenciais da Energisa, e assinar um termo de adesão que deve ser avaliado com base nos impactos de migrar ou não para a nova modalidade, pensando nos hábitos de consumo individuais.Além disso, ao migrar para essa modalidade, a Concessionária instalará um novo medidor, aprovado pelo Inmetro, que registre o consumo de acordo com os horários em que a energia elétrica é utilizada.