Consumidores do Tocantins podem preparar o bolso para reajustes nos preços dos combustíveis e do gás de cozinha a partir desta quarta-feira (10), após o anúncio feito pela empresa Petróleo Brasileiro (Petrobras) no início desta semana de que ajustaria, a partir desta terça-feira (9), os seus preços de vendas às distribuidoras.Segundo a Petrobras, este é o primeiro ajuste nos preços de venda de gasolina para as distribuidoras este ano. Houve uma redução em outubro do ano passado e o último aumento ocorreu em agosto de 2023.Leia também:- Petrobras reajusta em 7,12% preço da gasolina para distribuidoras;- Aneel define bandeira amarela nas contas de energia em julho.A empresa também destaca que este é o primeiro ajuste nos preços de venda do gás de cozinha. Os últimos ajustes ocorreram em maio e julho do ano passado, duas reduções. E o último aumento ocorreu no dia 11 de maio de 2022.GasolinaOs motoristas já devem começar a sentir o reajuste essa semana, após a Petrobras anunciar na última segunda-feira (8) que a gasolina tipo A passará a ser vendida, em média, a R$ 3,01 por litro nas distribuidoras, um reajuste de R$ 0,20.Já na gasolina C, que possui 27% de etanol anidro na composição, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 2,20/litro, uma variação de R$ 0,15 a cada litro.Gás de cozinhaA Petrobras também anunciou aumento do preço do gás de cozinha (GLP), que subirá R$ 3,10 por botijão de 13h kg (9,81%) e passará a custar R$ 34,70. Em entrevista exclusiva ao JTo, na tarde desta terça-feira(9), o superintendente do Procon Tocantins, Rafael Pereira Parente, afirmou que o órgão já iniciou hoje o monitoramento dos ajustes de preços nos postos e distribuidoras de gás de Palmas.“Diante da informação do reajuste na gasolina e do gás, o Procon começou na data de hoje a fazer o monitoramento dos preços tanto nos postos como também nas distribuidoras”, completou.O superintendente informou que o órgão já faz o levantamento dos preços dos combustíveis semanalmente e do gás de cozinha mensalmente. Pesquisas podem ser conferida aqui“ A partir do momento que temos todos esses dados levantados a anos, podemos verificar qual foi o real repasse ao consumidor. Sabemos que não existe o tabelamento de preço, mas não justifica um aumento desproporcional acima do que foi repassado às distribuidoras ", comunicou.Reflexo nos postosO presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado do Tocantins, Wilber Silvano de Souza Filho, ressaltou em entrevista, por telefone, que os postos já estavam tendo aumentos constantes no preço da gasolina.“O que acontece é que por competitividade os postos acabam não repassando esse dinheiro imediato, e aí em um determinado momento pode ser que eles repassem uma quantidade até superior ao que foi anunciado, o que é o caso agora, como a gente viu em alguns postos aqui na região, um aumento maior do que o anunciado pela Petrobras” completou Quando questionado sobre qual a média de preço o consumidor deve se preparar para pagar nos postos tocantinenses, o presidente respondeu que devido a alta competitividade do setor, às vezes alguns estabelecimentos retém o aumento, e os preços acabam variando muito.“Grande parte do produto vendido no Brasil é importado, não é todo o produto Petrobrás. E nós já vínhamos tendo aumentos recorrentes do preço, devido à defasagem do preço do nosso combustível em relação ao mercado internacional”, afirmou.Wilber disse ainda que a reação dos consumidores em saber do aumento do preço da gasolina tem sido negativa, até porque impacta diretamente no bolso de quem abastece.Reajuste desproporcionalO superintendente do Procon Tocantins, Rafael Pereira Parente, alertou que caso o órgão eventualmente verifique um aumento desproporcional, o estabelecimento deverá apresentar documentos que comprovem o motivo da adequação de valor.“Nestes casos já solicitamos as notas fiscais e verificamos se o estoque é antigo ou se a aplicação desse novo preço foi sobre sobre o estoque novo, porque sabemos que existe sim um combustível que foi adquirido no preço antigo e não pode ser aplicada esse reajuste nesses produtos”, frisou.De acordo com a pesquisa de combustíveis feita pelo órgão esta semana, o menor preço da gasolina comum encontrado na capital foi de R$ 6,15 e o maior de R$6,69. Da gasolina aditivada, o menor foi R$ 6,15 e o maior de R$6,99.O valor do etanol mais baixo se encontrou de R$4,17 e o mais alto de R$5,12. Já no valor Diesel o menor encontrado nos postos foi de R$ 5,59 e o mais alto de R$6,26.O valor do Diesel S10 variou em R$0,91, com o menor custo de R$5,75 e o maior de R$ 6,66.Na última pesquisa sobre o gás de cozinha feita pelo Procon em maio deste ano, o maior preço é de R$ 130 e o menor de R$ 115.ConsumidoresO JTo entrevistou motoristas para saber qual a opinião deles sobre o aumento da gasolina.O estudante Wenderson dos Santos, de 20 anos, disse que apesar do aumento ser de centavos, faz diferença no final do mês.“O aumento pode parecer pequeno, mas isso já faz uma diferença grande para mim e no meu orçamento. Minha faculdade fica a uns 10 km da minha casa, vou gastar mais, tanto para ir para lá quanto para o trabalho. Cada centavo conta quando a gente está tentando economizar” afirmou. Vale ressaltar que o impacto no preço da gasolina para o consumidor final, que contém 27% de etanol, deverá ser de R$ 0,15 por litro. Mas o valor cobrado nos postos de combustíveis varia conforme cada varejista, pois além do aumento anunciado, são adicionadas às margens de lucro do comerciante e da distribuidora, além dos custos relacionados ao transporte.A vendedora Anna Alves Tranqueira, de 22 anos, contou que vê o aumento de forma negativa, para ela que tem a rotina de ir de casa para o serviço quatro vezes ao dia.“Pesa no bolso, ainda mais aqui em Palmas, que as coisas costumam ser bastante longe, complica um pouco. Eu planejo mudar meus hábitos para economizar e evitar estar dando viagens necessárias, como por exemplo trazer o almoço para o serviço, para não ter que voltar para casa, que é uma forma de economizar ", completou.*Raquel Oliveira é integrante do programa de estágio entre Jornal do Tocantins e Universidade Federal do Tocantins (UFT), sob orientação de Raphael Pontes