A estiagem longa que atinge Goiás diminuiu drasticamente o volume de água do reservatório de Serra da Mesa, que está operando com apenas 6,15% do volume útil. No último mês de setembro, o reservatório já havia atingido seu ponto mais crítico desde que o lago foi formado, em 1998: 8,68%. À época, ele estava a apenas sete metros de atingir 0% de seu volume útil, o que inviabilizaria a geração de energia - o índice mínimo operacional, sem comprometimento para a geração de energia, é de 417 metros.

Em outubro, as chuvas ficaram abaixo da média histórica em todas as regiões. No Sul, ficaram em 79% da média histórica; no Sudeste/Centro-Oeste, ficaram em 66%; no Norte, em 46%; e no Nordeste, 21%. Com isso, o nível dos reservatórios no fim do mês passado atingiu 47,3% no Sul, 21,2% no Norte, 17,7% no Sudeste/Centro-Oeste e 6% no Nordeste. A previsão para o fim de novembro é que o nível dos reservatórios atinja 48,7% de sua capacidade no Sul, 15,5% no Norte, 14,8% no Sudeste/Centro-Oeste e 3,6% no Nordeste.

O reservatório de Serra da Mesa abastece mais sete usinas hidrelétricas ao longo da bacia do Rio Tocantins: Cana Brava, São Salvador, Peixe Angical, Luiz Eduardo Magalhães, Estreito e Tucuruí. 

Termelétricas

Apesar da persistência da seca, o governo decidiu manter desligadas as usinas termelétricas mais caras do País, cujo custo está acima do custo marginal de operação (CMO) - sigla que expressa o valor de adicionar cada megawatt (MW) ao sistema.  No jargão do setor elétrico, isso significa que o governo não aprovou o despacho fora da ordem de mérito. A informação consta da nota divulgada nesta quarta-feira (1), pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), órgão presidido pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

"A segurança do suprimento eletroenergético está garantida em todo o território nacional", reiterou o CMSE, ressaltando que a previsão é de "manutenção do elevado custo associado à geração". O órgão tem realizado reuniões semanais para avaliar as condições de abastecimento de energia no País. A próxima está marcada para o dia 9 de novembro.

Ainda na nota, o CMSE informou que risco de faltar energia no ano que vem é de 2,8% nas regiões Sudeste e Centro/Oeste e de 0,1% no Nordeste. 

Para os próximos sete dias, de acordo com a nota, a previsão é de chuvas mais volumosas na maior parte do Sudeste, Centro-Oeste, no centro-sul da Região Norte e no oeste da Região Nordeste. O começo do período úmido, quando as chuvas deverão ser mais intensas e próximas da média histórica, deve ocorrer ao longo deste mês, em um prazo estimado entre 15 e 30 dias.