O novo coronavírus tem deixado milhares de aviões no chão. Segundo um levantamento realizado pelo site Flightradar24, a pedido do Estadão/Broadcast, sobre movimentação nos dez maiores aeroportos brasileiros, mais de 1,4 mil voos deixaram de ser realizados por dia, uma queda superior a 95% em relação ao tráfego aéreo antes da crise.

O mapa aéreo brasileiro mostra um desaparecimento dos aviões, fenômeno similar ao ocorrido em outras regiões como China, Europa e Estados Unidos, que decretaram um ajuste em sua malha a fim de evitar a propagação da pandemia da covid-19. Diante desse apagão, as companhias aéreas estão com dificuldades de encontrar locais para estacionar suas aeronaves.

Nos dez maiores aeroportos brasileiros, apenas 76 voos saíram no último dia 4 de abril, frente aos 1.547 voos um mês antes, de acordo com os dados do site especializado no monitoramento aéreo mundial.

O aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o segundo maior em número de voos no País, foi o que mais sofreu com a medida de deixar os aviões em terra. No sábado, dia 4, apenas uma aeronave decolou. Normalmente, mais de 260 voos são programados no hub paulistano.

O aeroporto de maior tráfego segue sendo o de Guarulhos, mas sua movimentação caiu 91%, com 32 voos diários realizados no sábado, 4. Especializado em cargas, Viracopos, em Campinas, teve 12 voos no mesmo dia, queda de 91% em relação ao tráfego pré-crise.

Desde o dia 28 de março, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ajustou sua malha aérea, deixando uma ligação mínima entre os Estados e o Distrito Federal. Dona da maior rede aérea do País, a Gol informou na segunda-feira, 6, que reduziu sua malha doméstica em 92% e suspendeu todos os voos internacionais.

Com mais aviões no chão, impedidos de voar, a Anac negociou com os operadores aeroportuários a implantação de estacionamentos de aviões dentro dos aeroportos brasileiros. Foram definidas 610 vagas extras para hangaragem a céu aberto, além das 946 posições homologadas para tal finalidade em 22 aeroportos em todo o País.