Após ter realizado dois leilões à vista de dólares que não estavam programados nesta terça-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta terça-feira, 26, que o BC voltará a intervir no mercado nesta quarta-feira (27) se identificar movimentos "disfuncionais" na cotação da moeda."Se amanhã o BC entender de novo que há um movimento disfuncional e que há gap de liquidez (falta de moeda americana no mercado), voltaremos a fazer intervenção. Mas essas intervenções não têm capacidade de alterar movimentos de longo prazo, que tem como origem bases macroeconômicas. Elas apenas atenuam o movimento de curto prazo", completou.Campos Neto reforçou que a autoridade monetária tem seguido o "princípio da separação" entre a política monetária (a calibragem dos juros básicos para o controle da inflação) e a política cambial. "Mais recentemente, tenho lido que minhas declarações têm gerado controvérsias. Mas as intervenções do BC são feitas para atenuar oscilações fora do normal no câmbio", afirmou, no debate "Desafios para 2020, o Brasil que nos aguarda", organizado pelo jornal Correio Braziliense.O dólar voltou a fechar em alta e renovou a máxima de fechamento nominal, com os investidores reagindo a declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirmou que o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto". Durante boa parte do pregão, a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 4,27.O dólar subiu 0,63%, a R$ 4,2394. Na máxima da sessão, chegou a R$ 4,2771. Trata-se da maior cotação intradia já registrada, sem considerar a inflação. O recorde anterior tinha sido registrado em 24 de setembro de 2015, quando bateu R$ 4,2484.