Georgethe Pinheiro
O Tocantins pode ter um prejuízo mensal estimado em R$ 26,1 milhões devido ao embargo russo à carne brasileira, segundo informações do Sindicato das Indústrias de Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados (Sindicarnes). As exportações para o Mercado Russo representam 60% de todo o volume exportado pelo Estado, movimentando cerca de R$ 260 milhões, segundo dados da Instituição. No total, o Tocantins manda para aquele País 20 mil toneladas de carne bovina.
No Tocantins, entraram no embargo da Rússia quatro frigoríficos: Cooperfrigu (Gurupi), Minerva Foods (Araguaína), Boi Brasil (Alvorada) e Plena (Paraíso). Porém, segundo o Sindicarnes, a Rússia fechou o mercado para todo o País, mas nenhuma razão específica foi apresentada contra a carne produzida no Tocantins. O presidente do Sindicato, Oswaldo Stival Junior disse que acredita que a suspensão seja por um período curto e que o Ministério da Agricultura tem se posicionado que a suspensão é temporária. “Como os russos preferem suspender para depois procurarem as respostas, a gente crê que a falta deste mercado poderá se estender de 20 a 30 dias”, disse.
A Superintendência Federal de Agricultura no Tocantins, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) estaria encaminhando uma comissão a Rússia a fim de resolver o problema. “O ministério acredita que esse embargo pode ter um viés econômico e poderá inclusive usar a importação do trigo russo como moeda de troca, para agilizar o fim do embargo à carne brasileira”, informou o superintende da Superintendência da Agricultura no Tocantins, Rodrigo Guerra.
O embargo russo, anunciado em 20 de novembro, passou a valer desde o dia 1º de dezembro. Segundo o comunicado expedido pelo serviço veterinário e fitossanitário da Rússia, substâncias como ractopamina e outros estimulantes para o crescimento da massa muscular dos animais teriam sido detectados nos produtos de criação de gado que chegam à Rússia, exportadas pelo Brasil. No total, a suspensão das exportações brasileiras atingiu 59 frigoríficos de carne bovina e 32 de carne suína.
Paralela a esta situação, o Governo do Tocantins proibiu a ractopamina para uso veterinário desde 2013, segundo informou a diretora de Defesa, Inspeção e Sanidade Animal, da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adapec), Regina Gonçalves Barbosa. De acordo com ela, em 2013 teria sido editada uma Medida Provisória neste sentido. “O Projeto de Lei, originário dessa MP foi votado em 20 de Novembro e publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) no último dia 30 de Novembro”, disse.
Ela explicou que a Adapec não tem competência jurídica para interferir na situação, por se tratar de uma questão federal. Mas informou que o Estado mantem uma rotina de fiscalização, que prevê sanções contra estabelecimentos que comercializam este tipo de substância proibida. “No entanto, nunca fomos comunicados de que algum produtor do Estado tenha tido produtos flagrados com resíduos de ractopamina nos rastreamentos do Ministério da Agricultura”, garantiu.
Frigoríficos do Tocantins
- Boi Brasil - Alvorada
- Cooperfrigu - Gurupi
- Minerva Foods - Araguaína
- Plena Alimentos – Paraíso do Tocantins
Fonte: Dados do Sindicarnes
Comentários