“A tentativa de economizar nas contas de água e energia, burlando o sistema de cobrança através de furtos nas redes, pode levar o infrator a um prejuízo ainda mais caro do que a conta, que é o de perda da própria liberdade”, essa é a advertência do delegado titular da Delegacia de Combate a Prática de Furto de água e Energia no Tocantins, Erílio Putton. De acordo com ele, este ano 190 investigações foram concluídas e encaminhadas ao Ministério Público Estadual para que sejam iniciados os processos criminais.

Putton alerta ainda que mesmo que o infrator não seja flagrada, a pessoa que comete este tipo de crime pode ser indiciada e responder criminalmente pela prática. A pena prevista é de um a quatro anos de reclusão. Ele diz ainda que quem faz os conhecidos gatos ainda pode ser responsabilizados por outros crimes, uma vez que ligações clandestinas podem resultar em graves acidentes de choques elétricos e incêndios, em casos de energia e de contaminação da rede, em casos de água.

De acordo com o Grupo Energisa, que detém a concessão para distribuição de energia elétrica no Tocantins, esta semana três pessoas foram presas por furto de energia, sendo uma em Paraíso e duas em Palmas. E de janeiro a junho deste ano já são 15 prisões pela prática em todo o Estado. Segundo o gerente de Combate a Perdas da Energisa Helier Fioravante os gatos impactam na qualidade da energia, e também no bolso do consumidor, uma vez que o custo de distribuição é rateado. Ele explica que a Distribuidora trabalha em parceria com a Polícia Civil para combater este crime, investindo em fiscalização. “ O resultado foi a redução, de 2016 para 2017, em 44% desses furtos. Com a quantidade de energia que seria furtada, daria para abastecer cerca de 22 mil residências por ano”, contabiliza.

Água

Já os furtos de água, segundo a BRK Ambiental, concessionária responsável pela distribuição de água e esgoto na maioria das cidades do Tocantins chegaram a 390 casos só em Palmas, de janeiro a junho deste ano. “Os casos incluem desde as ligações clandestinas, popularmente conhecidas como gatos, até danos propositais aos hidrômetros, com o objetivo de dificultar ou impedir o funcionamento dos mesmos – e rompimento de lacres e desvios na tubulação”, informa a empresa.

Para combater a prática a BRK Ambiental realiza ações de caça-fraude que incluem o monitoramento de variações e anormalidades no padrão de consumo. Em casos que são identificados furto de água a empresa notifica as autoridades policiais. O gerente regional da BRK, Rodrigo Lacerda explica que “Existe o risco de exposição da água a contaminação, além de que quem furta água prejudica quem economiza e preza por um serviço de qualidade”.