O tocantinense paga o 6º maior valor médio no plano de saúde – contratação individual - considerando os preços cobrados nas 27 unidades da federação. Segundo levantamento da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Estado o consumidor paga em média R$ 684,76 para ter assistência ambulatorial e hospitalar, atrás apenas dos estados do Amapá (R$ 690,28), Distrito Federal (R$ 692,52), Pará (R$ 695,00), Amazonas (R$ 704,17) e Roraima (R$ 706,78). No Tocantins, são 986 planos de saúde ambulatoriais e hospitalares.

Outro dado que chama atenção no levantamento da ANS é que o Tocantins registrou o maior reajuste médio no preço dos planos comercializados no Estado, 25,6% entre os anos de 2014 e 2015. O segundo maior reajuste ocorreu no Amapá (19,9%).

Segundo a ANS, com a finalidade de apresentar a melhor referência para o valor comercial dos planos de saúde, foram selecionados os valores da faixa etária dos 44 aos 48 anos de planos de segmentação “Ambulatorial + Hospitalar” e tipo de contratação “Individual ou Familiar”. Nesta análise, verifica-se que, em dezembro de 2015, o estado de São Paulo apresentou o menor valor comercial para essa segmentação e contratação, entre todos os estados e o Distrito Federal: R$ 423,41. No outro extremo da tabela, o estado de Roraima obteve o maior valor comercial médio: R$ 706,78.

Sobre a diferenciação dos preços por Unidade Federativa a ANS informa que isso se dá pelas diferenças de custos de cada região e de suas operadoras, ou seja, a realidade de cada localidade é o que define o preço cobrado. As questões concorrenciais também são atribuídas pela agência como um dos fatores que levam à diferenciação.

Faixas etárias

Levando em conta o preço pago pelos consumidores com 59 anos ou mais, que normalmente pagam mais caro pelo plano de saúde, o Tocantins tem o 5º maior valor comercial médio (R$ 1.449,24). Na outra ponta, os usuários com idade de 0 a 18 anos, no Estado, também pagam o 5º maior valor médio (R$ 248,61) para ter acesso ao plano de saúde.

O Painel de Precificação Planos de Saúde da ANS revela ainda que os maiores valores são cobrados na região Norte do País, seja para os usuários com mais idade ou para os mais jovens. Para os usuários com 59 anos ou mais, o maior valor pago no País é no Amazonas (R$ 1.542,57), enquanto na faixa etária de 0 a 18 anos, o estado do Pará tem o preço mais alto (R$ 268,65).

Consumidor

A engenheira civil, Marina Barreiros Mota, gasta algo em torno de R$ 1,4 mil com plano de saúde por mês. “É um valor pesado para orçamento familiar, mas não dá para ficar sem. A saúde pública é um caos e se precisar pagar particular, os preços são impraticáveis.”

Segundo ela apesar da opção em ter o plano, em algumas especialidades médicas encontra dificuldades para ter acesso. “Precisei de uma consulta com oftalmologista e foram três meses tentando, mas mesmo assim prefiro pagar o plano individual”, disse.

A aposentada Cecília Leal, 81 anos, relata que os preços cobrados dificilmente cabem no orçamento. “Quem ganha um salário mínimo não tem condições de manter um plano de saúde, mas também não dá para ficar sem. Eu preciso ter, pois depender do serviço público de saúde não dá. Quando ficamos velhos não temos alternativa e pagar os altos preços é preciso.”

Cecília diz que já pensou em deixar de pagar o serviço. “Ainda mais porque não uso todos os meses, mas aos 81 anos não sabemos quando vamos precisar do serviço de saúde e por isso mantenho. Tenho ainda a vantagem que meu plano tem cobertura nacional e quando viajo, vou tranquila, pois em qualquer emergência tenho a segurança de que serei atendida”, relata.