Tocantins é o estado que teve a maior alta do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019. A unidade federativa cresceu  5,2% junto com outras 12 que ficaram acima da média nacional, que foi de 1,2%, alcançando R$7,4 trilhões. Naquele ano, 22 estados tiveram crescimento. Os dados são das Contas Regionais 2019, divulgadas nesta sexta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

Após o Tocantins, logo em seguida ficaram Mato Grosso (4,1%), Roraima (3,8%), Santa Catarina (3,8%) e Sergipe (3,6%). Pelo lado das quedas, a maior retração ocorreu no Espírito Santo (-3,8%). Pará (-2,3%), Piauí (-0,6%) e Mato Grosso do Sul (-0,5%) completam a lista das reduções e Minas Gerais ficou estável. As demais altas foram abaixo do índice nacional.

Agropecuária e indústria no Tocantins 

A análise do IBGE mostra que o PIB do Tocantins atingiu em 2019 o valor de R$ 39,36 bilhões, que significa o crescimento em volume de 5,2%. Em valores correntes, o resultado alcançado representou um incremento de R$ 3,69 bilhões à economia tocantinense, em relação a 2018, quando o PIB foi R$ 35,67 bilhões. O Estado manteve participação de 0,5% no PIB nacional e a 24ª posição entre os entes federativos. O PIB per capita de 2019, por sua vez, foi R$ 25.021,80, contra R$ 22.933,07, em 2018.

A agropecuária teve acréscimo em volume de 31,4% em relação ao ano anterior. “No Tocantins, o crescimento é atrelado à elevação em volume de 278,2% na produção florestal, pesca e aquicultura, principalmente na silvicultura, impulsionada em grande medida pela extração de madeira em tora de eucalipto. Além disso, houve um crescimento do comércio no período”, afirmou a gerente de Contas Regionais do IBGE, Alessandra Poça. Essa variação positiva foi impulsionada em grande medida pela extração de madeira em tora de eucalipto. 

Em contrapartida, a indústria teve desempenho que destoou da agropecuária e, também de serviços, registrou o quinto ano consecutivo de retração, com variação em volume de -4,2%. Esse resultado ocorreu principalmente pela queda em volume de 14,2% da atividade de construção. Entretanto, a queda não foi maior porque as atividades de menor participação tiveram aumentos. A indústria extrativa cresceu 24,4% e a de transformação, 4,7%. Já a eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão e descontaminação apresentou queda de 0,7%.

Serviços no Tocantins e outros estados

O setor de serviços foi o grupo de atividade de maior peso na economia tocantinense, com participação de 74%. Ele registrou acréscimo em volume de 2,2% em 2019. Esse resultado teve influência do comércio e  reparação de veículos automotores e motocicletas, cuja variação foi de 4,7%. A  administração, defesa, educação, saúde pública e seguridade social cresceram, em volume, 1,3%;. Já as atividades de alojamento e alimentação a expansão foi em 9,6% e as  imobiliárias, 1,3%.

Segundo a gerente Alessandra Poça,  o comércio contribuiu para o crescimento do PIB em seis unidades da federação em 2019, incluindo o Tocantins. “Dentre essas 13 unidades [que tiveram alta acima da média nacional], o comércio tem um peso considerável na economia, é uma atividade que consta em seis unidades da federação entre as duas maiores contribuições: Tocantins, Mato Grosso, Roraima, Santa Catarina, Amapá e Amazonas. Atividades imobiliárias [é quesito que] aparece em cinco [AP, GO, CE, AL e RN] e a Agricultura em quatro: Mato Grosso, Sergipe, Ceará e Alagoas”, disse. 

Federações com quedas 

Entre os estados que apresentaram queda no PIB em 2019, no Espírito Santo e no Pará, a retração da economia foi vinculada às indústrias extrativas, com redução na extração de minério de ferro. O Piauí apresentou queda na agricultura e no comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas. Já no Mato Grosso do Sul, houve decréscimo na cadeia de produção da celulose, além do cultivo de soja e criação de bovinos e suínos.

Em Minas Gerais, Alessandra explica que a estabilidade se deveu à retração da extração de minério de ferro e da agropecuária, com a bienalidade negativa do café. “A produção mineral teve queda de 45,6% em 2019 no estado, ocasionada pelo rompimento da barragem em Brumadinho e pela paralisação temporária na operação de várias minas por motivos de monitoramento e segurança. Isso foi determinante para a inflexão do volume desse grupo de atividades, visto que os demais agregados industriais apresentaram expansão no nível de atividade”.

Concentração regional e per capita 

O Sudeste, que tem a maior participação no PIB nacional, diminuiu de 53,1% para 53%, com a desaceleração das economias fluminense e capixaba. Na passagem de 2018 para 2019, as regiões Norte (0,2 p.p.) e Sul (0,1 p.p.) elevaram suas participações, alcançando 5,7% e 17,2%, respectivamente.

Nordeste teve redução de 0,1 ponto percentual, respondendo em 2019 por 14,2% das riquezas produzidas no país. O Centro-Oeste se manteve no mesmo patamar de contribuição para a economia brasileira, com 9,9% do total.

O estado de São Paulo concentra cerca de um terço do PIB nacional, com R$2,35 trilhões. Na série histórica, SP passou de 34,9% da economia brasileira em 2002 para 31,8% em 2019. A gerente da pesquisa destaca que o estado teve crescimento de 1,7% de 2018 para 2019.

“Os maiores acréscimos na economia paulista foram ao grupo de atividades de serviços (2%), entre elas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados; comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas e atividades profissionais, científicas e técnicas, administrativas e serviços complementares”.

O Rio de Janeiro vem em segundo, com R$779,9 bilhões, e em terceiro está Minas Gerais, com PIB de R$ 651,87 bilhões. RJ, MG, RS e PR respondem juntos por outro terço do PIB, passando de 33,3% em 2002 para 32,2% em 2019. Os outros 22 estados somados passaram de 31,9% do PIB nacional em 2002 para 36% em 2019.

Na análise de PIB per capita, o Distrito Federal se manteve na frente em 2019, com o valor de R$ 90.742,75, o que representa cerca de 2,6 vezes o valor médio do país, que é R$ 35.161,70. Entre as unidades da federação, todos os estados das regiões Norte e Nordeste têm o PIB per capita menor do que o nacional, enquanto no Sul todos os estados estão acima. No Centro-Oeste, apenas Goiás está abaixo da média nacional e, no Sudeste, Espírito Santo e Minas Gerais ficam abaixo.