O possível prejuízo para os bancos, caso eles percam a disputa em torno dos planos econômicos e do impacto no saldo da poupança, foi reduzido de R$ 441,7 bilhões para R$ 21,87 bilhões. A nova estimativa foi feita pela Procuradoria Geral da República (PGR) e enviada ontem, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o documento, a PGR havia levado anteriormente em conta o saldo da poupança à época dos planos econômicos. O valor de R$ 441,7 bilhões correspondia a 20% dos saldos totais, no período de cada plano, número que foi corrigido até setembro de 2008.

Agora, a instituição passou a considerar a faixa livre de exigências de aplicação da poupança, aqueles recursos que não tem obrigação de serem aplicados em financiamento imobiliário ou crédito rural. Na prática, a PGR diz que o lucro dos bancos com os planos econômicos foi de R$ 21,87 bilhões.

O Banco Central, procurado para comentar os novos números da PGR, informou que o procurador-geral do BC não teve acesso à nova estimativa sobre os ganhos dos bancos na época dos planos e nem terá antes dos relatores. O BC informou ainda que seu procurador esteve em audiência na Procuradoria-Geral da República uma vez, conforme registro veiculado em sua agenda pública do dia 25/6, quando expôs os argumentos do BC sobre os equívocos metodológicos da estimativa anterior.

O julgamento das cadernetas foi adiado no STF no dia 28 de maio, quando a PGR pediu novo prazo para rever os números de impacto. O julgamento ainda não tem prazo para recomeçar.