A Petrobras quer se desfazer de seus negócios de distribuição de gás e da rede de postos de combustíveis no Uruguai. "A escala que temos no Uruguai não nos interessa", disse Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras ao Estadão/Broadcast. Líder no Brasil em distribuição de combustível, com a BR Distribuidora, a petroleira colocará à venda a rede com 70 postos naquele país, e vai negociar com o governo uruguaio devolver a concessão de distribuição de gás.

Segundo Castello Branco, a estatal compra gás natural da Argentina a preço de mercado e no Uruguai a preço tabelado. A estatal opera as distribuidoras MontevideoGas e Conecta. "Esses negócios dão prejuízo."

Essa decisão faz parte do programa de vendas de ativos considerados não estratégicos, que está em curso pela Petrobras. A estatal comunicou ontem que também pretende vender oito refinarias no Brasil, entre elas a Abreu e Lima. São 13 unidades no total, com produção de 2,2 milhões de barris diárias. "A intenção é vender metade da nossa capacidade de produção", disse Castello Branco.

Se levada adiante, a Petrobrás vai deixar de ter o monopólio de refino no Brasil. "É uma anomalia uma única empresa ter 98% da capacidade de produção de determinados produtos, qualquer que seja a circunstância", disse Castello Branco.

Empresas especializadas em refino e tradings estão entre as potenciais interessadas no negócio. Castello Branco afirmou que a preocupação da Petrobrás será não vender as refinarias para um único comprador para evitar monopólios regionais. A meta é vender 100% de cada unidade de refino.

Nesta semana, a petroleira anunciou a venda de US$ 10,3 bilhões em ativos de um plano total de US$ 27 bilhões. Na quinta-feira, comunicou ao mercado a venda do gasoduto TAG para a francesa Engie, por US$ 8,6 bilhões, da plataforma do campo de Tartaruga Verde (comprada pela Petronas, da Malásia, por US$ 1,3 bilhão) e do polo do Riacho da Forquilha, arrematada pela baiana PetroRecôncavo, por US$ 384 milhões.

Estão na lista  da estatal para desinvetimentos  a Liquigás (botijão de gás), a participação da Petrobrás na Braskem, além da redução da fatia na BR Distribuidora.