Dois meses depois do anúncio da demissão de Roberto Castello Branco da presidência da Petrobras, a empresa ainda luta para retomar o valor de mercado que tinha à época. Ele foi desligado da empresa por ordem do presidente Jair Bolsonaro, que estava insatisfeito com a administração da petrolífera.Bolsonaro comunicou a decisão em 19 de fevereiro, depois do fechamento do mercado. Naquele dia, o valor de mercado chegou a R$ 354,79 bilhões, já com queda de 7,4% frente ao dia anterior por causa das especulações sobre a decisão que ainda não havia sido anunciada.Na segunda-feira seguinte ao anúncio (22), o número –que considera o valor das ações multiplicado pelo número desses ativos – chegou a R$ 280,54 bilhões com a repercussão da medida. Passados quase 2 meses, a companhia ainda não chegou ao valor que alcançou no dia da demissão.O maior valor de mercado da companhia desde a decisão de Bolsonaro foi alcançado em 14 de abril. Na data, a companhia anunciou que pagaria R$ 10,3 bilhões em dividendos a seus acionistas.Outro dia com bom resultado foi a última 2ª feira (19.abr), quando o novo presidente da empresa, o general Joaquim Silva e Luna, tomou posse afirmando que buscará “reduzir a volatilidade sem desrespeitar a paridade internacional”. A declaração arrefeceu o receio dos investidores de que haja mudança na política de preços de combustíveis, como já ameaçou Bolsonaro.Considerando-se o valor de mercado da petroleira no encerramento de cada ano, é possível comparar o desempenho atual com 2018, quando a companhia encerrou o período em R$ 316,09 bilhões. Ao final de 2020, o último valor de mercado do ano para a companhia foi de R$ 373,47 bilhões, semelhante ao encerramento de 2010, quando fechou em R$ 380,3 bilhões.Nos anos de 2014 e 2015, auge das descobertas da Lava Jato na empresa, o valor de mercado da estatal despencou. Em 2015, chegou a encerrar o ano em R$ 101,32 bilhões.