Trinta e uma ações judiciais foram movidas por empresários tendo como alvo o acesso aos lotes do Parque Agroindustrial de Gurupi (Paig), no Sul do Estado. O local, que abriga estruturas industriais abandonadas, está carente de manutenção. Galpões de um dos prédios, onde funcionou uma indústria de cereais há dez anos, tornaram-se depósito clandestino de pneus velhos.

Conforme relatório da Secretaria Municipal de Produção e Cooperativismo, ao qual o Jornal do Tocantins teve acesso, até o mês de março passado, 31 ações judiciais haviam sido movidas por empresários acerca dos 459 lotes do Paig. A Prefeitura de Gurupi mapeou toda a área para diagnosticar pendências, segundo o documento.

Contemplando diversos aspectos do parque industrial, o relatório aponta desde ações judiciais que buscam a regularização de lotes, até pedidos de doações de áreas pendentes de análise pelos órgãos competentes da prefeitura.

Também foram identificados os processos que já percorreram os trâmites necessários e aqueles em que as empresas já receberam os decretos de doação, assim como áreas disponíveis para serem doadas. Conforme o relatório, 13 empresários requisitaram reintegração de posse de áreas do Paig.

Outros empresários requisitaram áreas já doadas mediante um processo judicial denominado de ação de reversão. Nessa modalidade, a doação ocorre por meio de reintegração de posse cumulada. Ao todo, 18 empresários recorreram a este mecanismo judicial.

O distrito industrial de Gurupi está localizado às margens da BR-153 e tem uma área de 1.801.486,59 m². É dividido em 14 quadras compostas por dois módulos cada um. Conta ainda com uma gleba. Totalizando três áreas, duas etapas, e uma extensão. Destas, apenas cinco áreas estavam regularizadas e prontas para doação, até o último mês de março.

De acordo com uma moradora das proximidades do prédio abandonado, que não quis se identificar, ela e outras pessoas foram contaminadas recentemente por dengue. Para ela, são os pneus velhos amontoados no galpão da antiga cerealista os causadores da dengue.

A reportagem tentou ouvir o secretário municipal de Produção e Cooperativismo, Pedro Dias, mas ele não atendeu as ligações.