A Operação “Quem Viver Verá”, deflagrada nesta terça-feira, 3, cumpre mandados de busca e apreensão em oito estados, sendo um deles o Tocantins. A ação trabalha para desmantelar um milionário esquema de sonegação de tributos comandado por corretores de milho, soja e feijão, envolvendo dezenas de empresas noteiras.Conforme a Receita Federal do Brasil (RFB), ao todo a operação tem 109 alvos, entre pessoas físicas e jurídicas, com mandados de busca e apreensão e quebra de sigilo bancário e telemático, sendo 73 em Minas Gerais, 15 em Goiás, nove em São Paulo, cinco no Distrito Federal, dois no Paraná, dois na Bahia, um no Rio de Janeiro, um no Rio Grande do Sul e um no Tocantins.A ação conta com apoio dos Ministérios Público Estadual e a Receita Estadual de Minas Gerais, com a participação da Polícia Civil e da Polícia Militar dos estados.OperaçãoConforme a RFB, a ação está na 2ª fase de um trabalho iniciado em 2017 em Minas Gerais para combater a “farra da nota fria” no setor de grãos do estado. Em 2018, a Operação Ceres ocorreu em MG, Goiás e São Paulo para combater uma organização criminosa, envolvendo produtores rurais, contadores, operadores de empresas de fachada e empresários, que há anos fraudavam os fiscos, com uma movimentação estimada de R$ 1 bilhão por ano em notas frias.A partir dessa Operação e denúncias, ficou identificado outras empresas noteiras, além de um do gigantesco esquema de sonegação tributária no setor de grãos de todo o País envolvendo os corretores de grãos. Em parceria com as indústrias, os corretores fomentavam a proliferação de empresas noteiras.Esses corretores ficam responsáveis por vender facilidades aos produtores rurais que podem facilmente vender seus grãos sem emissão de notas fiscais e assim sonegar seus rendimentos e comprar notas fiscais das noteiras, assim fornecendo-lhes dados para a emissão das notas e remunerando os operadores das noteiras pela emissão das notas.A Operação deflagrada nesta terça realiza buscas e apreensões e as quebras de sigilo telemático e bancário, acordos de delação para obter elementos que comprovem a participação ativa dos beneficiários finais do esquema que seriam produtores rurais, grandes indústrias e os próprios corretores.