Marco Schroeder, presidente da Oi, afirmou em evento do setor, nesta quarta-feira (18), em São Paulo, que não haverá venda dos ativos da companhia que atualmente em recuperação judicial. 

Ao contrário do que especulam investidores estrangeiros e concorrentes, Schroeder diz que a empresa "não acredita em venda de ativos neste momento" e que "vai focar na renegociação da dívida".

Ele cogita apenas a venda de participações que a Oi tem fora do país, como África e Timor. Nestes, segundo o executivo, ainda não houve negócio porque não apareceram "ofertas justas".

Quanto ao Brasil, o presidente da Oi admite venda apenas daqui a alguns anos, depois de superada a recuperação judicial.

"Acho que pode-se falar em venda de ativos ou consolidação, mas é um processo para dois ou três anos, depois de equacionar a dívida. Eu acho que tem oportunidades de mudanças no mercado brasileiro, mas não é para agora."

Questionado por jornalistas se ele tem sido abordado por investidores interessados, Schroeder disse, sem citar nomes, que "eventualmente, alguém pode contatar a empresa e conversar", mas que essa discussão sobre um novo sócio é "um pouco mais para a frente".

"Eu, pessoalmente, não acredito que vai evoluir dentro da rapidez que a renegociação da dívida exige e que a gente quer fechá-la."

Sobre a possibilidade de socorro com recursos públicos, o executivo negou, em linha com declarações anteriores do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações, Gilberto Kassab, e do presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

"Nunca se falou em dinheiro público neste processo. O momento é o de renegociar a dívida e focar no operacional, para depois ver alternativas de novos investidores. Mas a gente não trabalha com nenhum cenário de dinheiro público e não foi feito nenhum pedido neste sentido para o governo", afirmou.

Mais cedo, durante o mesmo evento, o presidente da América Móvil no Brasil, José Felix, afirmou publicamente que a companhia tem interesse em comprar ativos da Oi no Brasil, se forem colocados a venda por um preço que avaliarem adequado.