A empresa Highline do Brasil apresentou a melhor oferta para adquirir a unidade de telefonia móvel da Oi. Com isso, a Oi celebrou com a empresa um acordo de exclusividade para dar continuidade às negociações pelo ativo. De acordo com a empresa de telefonia, o acordo tem validade até 3 de agosto, mas pode ser prorrogado por meio de acerto entre as partes. A unidade está sendo disputada também por outras empresas. Um consórcio formado pelas rivais TIM, Claro e Vivo fez uma proposta pela unidade. A Algar também teria feito uma oferta. Em todos os casos, o valor da proposta não foi revelado.No caso da Highline, a Oi afirma que foi acima do valor mínimo estabelecido para a venda do ativo. No aditamento ao plano de recuperação judicial em que pleiteia autorização dos credores para vender essa e outras unidades produtivas isoladas (UPIs), a Oi estabelece um preço mínimo de R$ 15 bilhões pela alienação da totalidade da Oi Móvel.A Highline já havia feito uma oferta vinculante por outra UPI, a Torres, que engloba sites de telecomunicação outdoor e indoor de transmissão de radiofrequência da companhia e suas subsidiárias. O valor oferecido foi de R$ 1,076 bilhão, estabelecido, de acordo com a Oi, tomando como base as receitas líquidas dos ativos.Empresa de infraestrutura de telecomunicações, a Highline do Brasil não opera telefonia móvel ao consumidor final, ao menos até agora. A companhia, fundada pelo Pátria Investimentos em 2012 e hoje controlada pela americana Digital Colony, oferece projetos para a construção de torres, rooftops (estruturas de transmissão de dados no topo de edifícios), as chamadas soluções indoor (para expandir a cobertura de rede em prédios fechados) e as green sites e small cells (para regiões com menos espaço para a construção de torres). A empresa constrói as estruturas para as companhias de telecomunicações. É um negócio B2B, ou seja, de empresa para empresa. A oferta pela Oi Móvel surpreende por posicionar a Highline em um serviço direto ao consumidor final, algo que ela não opera hoje.O Digital Colony, controlador da Highline, é o fundo de investimentos digitais da Colony Capital. O fundo comprou a empresa do Pátria Investimentos em dezembro de 2019, por um valor não revelado à época. Com isso, adicionou o Brasil a um portfólio de investimentos que congrega outras 14 empresas na América Latina, na América do Norte e na Europa, todas ligadas ao fornecimento de infraestrutura de telecomunicações.Entre as demais investidas do Digital Colony estão a Mexico Tower Partners (MTP), a Andean Telecom Partners (ATP), a Vantage Data Centers e a Zayo Holdings. Esta última opera na América do Norte e no continente europeu, e é apresentada pelo fundo como "uma das maiores fornecedoras independentes de infraestrutura de banda larga do mundo", focada principalmente em estruturas de fibra ótica. Ela pagou US$ 14,3 bilhões pela operação.No Brasil, outra aquisição recente do fundo foi a do UOL Diveo, a antiga operação de data center do Grupo Folha. A transação foi fechada em abril, por valor que, de acordo com veículos como a Bloomberg, teria ficado entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões. O Digital Colony incorporou a empresa à Scala Data Centers, e no comunicado à imprensa, afirmou que continuaria se expandindo na América Latina, o que incluía aquisições no continente.