O número de casos de furto de energia diminuiu 20% no Tocantins. Segundo dados da Energisa, concessionária responsável pela distribuição de energia no Estado, em 2019 foram encontrados 5.808 ligações clandestinas, o popular “gato”; em 2018, foram identificados 7.284 casos.Para o coordenador de Planejamento da Energisa, Eloysio Lima Lopes, a queda se deve a atuação da própria concessionária em buscar identificar e coibir tal prática. “Nos últimos anos temos conseguido reduzir os casos, porque temos um sistema de inteligência que monitora o consumo e também equipes de fiscalização que verificam in loco. Quando é constatada a irregularidade é feito o desligamento imediato e registrado o Boletim de Ocorrência para que a polícia faça a investigação”, pontua.Lopes ressalta que o maior prejuízo está relacionado à segurança, ou melhor, à falta dela. “Tanto a segurança de quem faz a ligação, quanto para os vizinhos e para os funcionários da concessionária, por falta dos padrões de segurança”, ressalta.O fato é que os “gatos” aumentam a possibilidade de acidentes causados por curtos-circuitos e até incêndios, além de comprometer a qualidade do fornecimento da energia, mais sujeita a oscilações. A prática, de acordo com o artigo 155, § 3º do Código Penal Brasileiro, é considerada crime passível de reclusão, que pode ir de um a quatro anos, e pagamento de multa.Devido aos riscos e à própria prática criminosa, o coordenador orienta que a população denuncie assim que tiver ciência de furto de energia. “A denúncia é anônima e pode ser feita via Ouvidoria pelo 0800 646 1196 ou aplicativo de celular”, conclui, referindo-se ao app Energisa On (disponível para iOS, Android e Windows Phone).Casos recentesNa última quinta-feira, 24, o proprietário de uma distribuidora de bebidas de Palmas e um homem contratado para fazer o ‘gato’ no estabelecimento foram presos pela Polícia Civil. No momento da prisão, o homem que executava o serviço teria confessado que o comerciante o contratou para tal. Posteriormente o dono do local chegou, e a Perícia Técnica confirmou o crime, e ambos foram conduzidos à Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra Concessionárias de Serviço Público (DRCSP - Palmas), e foi solicitado que a concessionária de energia realizasse a correção na Unidade Consumidora.No dia 29 de julho de 2019, a dona de uma boate e motel na região Norte de Palmas, também foi presa, após a Energisa acionar a Polícia para verificar um suposto furto de energia elétrica. A proprietária acabou conduzida em flagrante para a delegacia depois de uma perícia constatar o furto. A energia do estabelecimento havia sido cortada por atrasos em duas faturas, um cliente teria feito a religação.O dono de um bar de alto padrão localizado na Quadra 204 Sul foi detido no dia 4 de janeiro de 2019, após seu estabelecimento ser flagrado funcionando com energia furtada. Ele alegou estar com dívidas junto à concessionária, que havia comprado o ponto recentemente e confirmou que estava fazendo o popular “gato” para ter energia no local.“Esse tipo de prática independe de classe social, tem em todas. Tanto nas de menor poder aquisitivo, quanto nas com maior poder aquisitivo. Mas o risco é o mesmo para todos”, pondera o coordenador.O Jornal do Tocantins solicitou dados à Secretaria de Segurança Pública sobre o quantitativo de prisões realizadas por furto de energia, mas até o fechamento desta matéria não obteve resposta.