A quantidade de pessoas endividadas em Palmas vem caindo de forma tímida ao longo dos últimos 12 meses. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de março, divulgada ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Tocantins (Fecomércio-TO), apontou que o número de palmenses endividados é o menor desde março de 2014.

Segundo o levantamento, em março de 2015, Palmas contou com 50.576, sendo que destes, 6.762 possuiam contas em atraso e outros 67 não teriam condições para pagar essas dívidas. Entre os entrevistados pela pesquisa, 74,9% afirmaram estar endividados, 10% possuíam contas em atraso e apenas 0,1% afirmou não ter condições de arcar com os compromissos financeiros.

De acordo com a Fecomércio, houve redução de 2,2 pontos percentuais no endividamento, se comparado com o mesmo período do ano passado quando 77,1% se diziam endividados. A Peic de março registrou queda de 1,5 pontos ante fevereiro de 2015 (76,4%).

Entre os que possuem algum nível de endividamento na Capital, apenas 1% se considera muito endividado, a maioria (70,5%) se diz pouco endividada. Na média, o cartão de crédito é o vilão das dívidas e foi a resposta de 75,3% dos endividados. Nesse mesmo item, o índice é ainda maior entre as pessoas que recebem mais de dez salários mínimos, 95,9% possuem dívidas com o cartão de crédito.

Os carnês aparecem em segundo lugar com 30,7% dos endividados. A lista é seguida pelo financiamento de veículos (29,5%) e o financiamento de imóveis com 12,5% dos entrevistados.

Porém, a maioria dos entrevistados disse não ter contas em atraso (86,4%). O tempo de comprometimento com as dívidas é de mais de um ano para 54,8% dos entrevistados.

Entre os palmenses com dívidas em atraso, 96% acreditam que conseguirão arcar com esse compromisso total ou parcialmente. Por outro lado, entre esse grupo da pesquisa, 37,1% tem contas em atrasadas entre 30 e 90 dias.

De modo geral, ao menos 72,5% dos endividados de Palmas têm entre 11% e 50% da renda familiar comprometida com dívidas. Para 17,8% dos palmenses que responderam à pesquisas, esse índice é de mais de 50% da renda. Na média, o comprometimento das famílias é de 32,6% da renda.

Segundo do Fecomércio, a Peic de março revela o quadro de retração do consumo das famílias palmenses, conforme o observado em outras partes do País. Para a entidade, é um quadro de retenção do consumo diante do pacote recessivo adotado pelo governo federal.

Pesquisa

A Peic é realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em parceria com a Fecomércio Tocantins. Foram entrevistadas 500 famílias palmenses em duas categorias: as que percebem até 10 salários mínimos ao mês e as que percebem mais de 10 salários mínimos.

O levantamento foi realizado nos últimos 10 dias do mês de fevereiro de 2015. Esse recorte foi feito em cima do índice geral, ou seja, envolveu ambas as categorias de famílias entrevistadas.