Planos de saúde coletivos anunciaram um reajuste anual em torno de 16%. O valor está cima da inflação –que é de 8,06% nos últimos 12 meses, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)– a cobrança extra chega em um momento que se espera que planos individuais sofram um reajuste próximo a zero. As informações são da Folha de S. Paulo.

Em 2020, por causa da pandemia de Covid-19, o setor teve queda nos custos com a redução de cirurgias eletivas, consultas, exames e outros procedimentos.

Os planos coletivos, que representam cerca de 80% dos usuários, não são regulados pela ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). A negociação do reajuste é feita diretamente pelas operadoras com empresas e entidades de classe. O reajuste considera critérios contratuais, índice de sinistralidade e variação do custo médico hospitalar.

O aumento dos planos individuais, que têm cerca de 20% do total de usuários de planos de saúde, é calculado pela ANS. O valor deste ano ainda não foi divulgado.

Segundo a ANS, o lucro líquido dos planos de saúde cresceu 49,5% em 2020, com uma receita de R$ 217 bilhões. Planos de saúde registraram alta de 650 mil novos beneficiários.

O último boletim da ANS informa que não houve um aumento de utilização de serviços de saúde nos primeiros meses de 2021 em relação a 2019. Eis a íntegra do documento.

No entanto, o assessor especial da presidência da Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde), Marcus Pestana, explicou à Folha que as sobras são irrisórias. “As pessoas falam: ‘Pô! Um setor que fatura R$ 200 bilhões por ano!’ Mas é um caixa gerado artificialmente. As pessoas não deixam de precisar da consulta e da cirurgia, elas só adiam”, disse.

O tema chegou à comissão de defesa do consumidor da Câmara dos Deputados. O grupo deve elaborar um projeto de lei para regular o reajuste e definir regras específicas, assim como nos planos individuais.