A pandemia do coronavírus acelerou processos em todo o mundo e em diferentes áreas. Um dos segmentos que foi impactado foi o mercado imobiliário. O setor precisou se atualizar e se digitalizar, inovação também foi expandida ao Tocantins. Segundo uma pesquisa que mediu a 'Influência do Coronavírus no Mercado Imobiliário Brasileiro', realizada pela DataZAP+, do grupo imobiliário do ZAP+, as ferramentas preferidas dos futuros compradores e locatários são a visualização de fotos profissionais, busca do endereço completo (rua, número e bairro) e uso de filtros específicos para encontrar o imóvel ideal.

Para o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Tocantins (Ademi-TO), João Paulo Tavares, o mercado precisou se reinventar e modificar sua forma de chegar até o cliente e recebê-lo. Segundo ele, uma ferramenta importante para esse fator foram as redes sociais. E isso aconteceu inclusive no Tocantins, com empresas que tiveram que correr para adaptar seu atendimento virtual. 

"Hoje as empresas têm corretores de plantão dentro do próprio site, trabalham chegando até o cliente não apenas através do material impresso ou telejornais ou da mídia, mas de forma mais forte através das redes sociais e da internet. Isso fez com que os corretores tivessem que se reciclar e que o cliente interessado em adquirir o imóvel pudesse escolher no melhor horário, sem que ele precisasse ir até uma empresa no horário comercial", pontua. 

O presidente destaca que o objetivo dessa inovação é atender a demanda de forma rápida e prática, e, ao mesmo, minimizar os riscos de exposição à Covid-19, imobiliárias, incorporadoras e construtoras estão apostando corrida em busca de tecnologias de imersão e apresentação digital de imóveis novos, usados e até mesmo aqueles que ainda estão na planta.

De acordo com o presidente, com a pandemia o atendimento online passou a permitir que o comprador encontre as empresas sempre de portas abertas. "Alguns acham melhor fazer essas pesquisas no período da noite, outros no fim de semana. Hoje temos as ferramentas dos sites, dos corretores online. A maioria deles está disponível até às 22h e isso faz com que os clientes possam navegar e visitar todos os empreendimentos da cidade sem sair do conforto de casa. Sem precisar conciliar o horário da agenda dele com a da esposa, que muitas vezes são conflitantes. Uma das grandes mudanças foi a forma de se comunicar com o cliente e as facilidades que eles têm hoje de chegar até os empreendimentos, as incorporadoras, os corretores, dentro do seu próprio lar utilizando as ferramentas digitais", explica. 

Para especialistas deste segmento, o futuro está em experiências mais imersivas dentro dos imóveis, com ferramentas de tour virtual. A tecnologia permite que, através da captura de imagens em 360° de imóveis prontos e de projetos, clientes possam observar todos os detalhes de um espaço, substituindo visitas presenciais.

Outra mudança trazida pela pandemia, segundo João Paulo Tavares, foi a configuração dos apartamentos. O presidente da Ademi-TO acredita que, por conta do surgimento do coronavírus, a obrigação do distanciamento social como medida para contenção do vírus, fez com que as famílias passassem a valorizar mais os seus lares. Com isso, para João Paulo, a tendência ditada antes da pandemia, que apostava em espaços cada vez mais comprimidos, tende a retroceder ao período em que se apostava em residências e casas maiores.

"Quem até então valorizava mais seus momentos de viagem, seus momentos de lazer aos fins de semana, indo para clube, para praia, para a casa de familiares, percebeu a importância e o valor que que seu lar. E a necessidade de ter um espaço para acolher seus familiares de forma completa, com espaço para estudo, para lazer, para poder assistir televisão em família, para criar um pet, cultivar uma horta. O que percebemos é que o interesse do cliente durante e pós pandemia tende a ser um interesse de imóveis um pouco maior, mais confortável de espaço, um apartamento ou uma casa que possa oferecer variedade de coisas que ele possa fazer quando ele está dentro de casa", argumenta.

E para quem quer saber como está o momento para o mercado imobiliário o presidente avisa, a hora é positiva para quem quer comprar. "O momento é de aquecimento, onde a pessoa que tem algum imóvel para venda e tem a necessidade de vender rápido vai conseguir fazer isso. Já quem tem interesse em adquirir um imóvel o ideal é que faça isso com celeridade, já que a oferta de imóveis está abaixo da demanda. Então é importante que esse cliente se antecipe e compre o mais rápido possível", finaliza.