Com a elevação dos impostos e da inflação, as escolas particulares tiveram mais motivos para dar atenção ao reajuste anual do valor das mensalidades. Para suprir essa demanda e não perder os alunos, as escolas particulares estão negociando com os pais de alunos.

É o caso da instituição de ensino onde Maurize Molfi é gerente administrativa, em Palmas. Segundo ela o índice de evasão neste ano foi menor do que o esperado - entre 7% e 8% - isso contando também os alunos que saíram da escola por terem passado em uma instituição de ensino superior antes de terminar o ensino médio. “Negociamos com os pais de todas as formas possíveis. Estamos sempre do lado deles, analisando a situação de cada um e adaptando as cobranças”, explica.

De acordo com a diretora executiva da mesma instituição, Nilva Ribeiro de Castro, o colégio vem trabalhando com cheques pré-datados, parcelamento de dívidas e descontos para quem paga à vista antes da data estabelecida. “Estamos negociando de toda forma, teve uma mãe que nos procurou e ofertou um lote para quitar as dívidas”, comenta, ao lembrar que fechou o negócio para manter o cliente.

“Nosso aumento foi de 8% e 19% dependendo das turmas. Isso porque já venho me programando desde o ano passado”, afirma, ao falar sobre os reajustes nas mensalidades. Segundo Nilva, se a crise continuar a situação ficará complicada a partir da metade do ano.

Já em uma escola particular de Palmas voltada para o ensino infantil, a procura em relação ao ano passado diminuiu em cerca de 20%, afirmou o coordenador Lucas Ferreira. “Mesmo assim o número de alunos não diminui, embora tenha tido alguma rotatividade”, comentou.

Segundo ele, alguns pais optaram por procurar Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) por serem gratuitos, ou ainda optam por deixarem os filhos em casa, devido à falta de vagas no setor público. “Isso também acontece porque tivemos que aumentar os valores da mensalidade em 10%.”