Destacando as características naturais e o perfil econômico do Tocantins, Marcelo também destacou ações do governo para alavancar o setor e afirmou que a Agrotins deste ano, focada em tecnologia, vai surpreender. 

 
Veja, a seguir, a entrevista na íntegra.
 
 
Qual a importância da Agrotins para o Tocantins?

Considero indimensionável a contribuição da Agrotins, especialmente pelo leque de oportunidades que oferece aos envolvidos na cadeia produtiva do Tocantins, pela sua contribuição para o fortalecimento do agronegócio não somente no Tocantins, mas em todos os estados envolvidos nesta atividade. Uma prova desta contribuição é que ela chega a sua décima sexta edição, mantendo sua periodicidade anual, mesmo em governos aos quais não estivemos à frente. Sempre surpreendendo, sempre superando expectativa dos setores envolvidos.
 
O senhor considera que a Agrotins pode ser fator relevante para o setor do agronegócio no enfrentamento à crise econômica? Se sim, de que forma?
Não sei se podemos fazer essa afirmação, considerando que a crise econômica é reflexo de fatores e raízes bem mais profundas, que decorrem inclusive da crise político-econômica que enfrentamos em nível nacional. No entanto, acredito que, aqui no Tocantins e junto aos estados da Região Norte, onde ela tem maior influência, a Agrotins tem papel fundamental neste processo de fazer com que o nosso agronegócio sofra menores impactos possíveis decorrentes deste cenário de inseguranças. A temática abordada este ano (Tecnologia a favor do homem e da natureza), com certeza subsidiará aos participantes com informações, com a demonstração de novos equipamentos e novas práticas indispensáveis para que este setor cresça de forma sustentável e se mantenha firme enquanto carro-chefe da nossa economia.
 
Quais as expectativas que o senhor tem quanto a Agrotins deste ano?

As melhores possíveis. Especialmente por este ser um ano atípico no setor do Agronegócio. O bom produtor sabe que para se sair bem tem que buscar informações, conhecimentos, tem que saber o que o outro está fazendo, o que vem dando certo, o que deve ser desconsiderado. A Agrotins é um local, um evento que agrega oportunidadese vantagens para pesquisadores, empresas, investidores e  produtores. Neste sentido, a Agrotins destaca-se não somente como uma Feira de exposição, mas também como uma grande oportunidade para se conhecer e se inteirar das novidades, das boas e rentáveis práticas. Analisando o resultado da Agrotins, desde a sua primeira edição, em 2001, é fácil perceber a evolução, o crescimento dela. A cada ano, torna-se maior o número de expositores, de visitantes e, consequentemente, o volume de negócios gerados. Demos um salto de pouco mais de R$ 7 milhões, apurados no primeiro ano, para um total de mais de R$ 600 millhões em negociações.
 
O senhor já disse algumas vezes que o agronegócio é a grande vocação do Tocantins. O senhor continua acreditando nisso?

A cada dia acredito mais nesta afirmação. Às vezes chego a pensar, se Deus é brasileiro, com certeza nasceu no Tocantins. Digo isso porque, apesar desta crise que afeta a economia brasileira, temos percebido – especialmente nas discussões com governadores do Nordeste, Norte e Centro -  que o agronegócio tem nos colocado em posição vantajosa. Levantamentos da Fundação Getúlio Vargas atestam que nos últimos 25 anos a produção brasileira de grãos cresceu 262%. Neste mesmo período, a produção tocantinense superou esse índice, com crescimento de 943%.  Além da minha crença, os índices comprovam que o Tocantins é a bola da vez do agronegócio!

 
Como o governo do Estado tem incentivado o agronegócio no Tocantins?

Alguns setores merecem atenção especial, pela responsabilidade do Estado para com os cidadãos. Outros, a exemplo do agronegócio, merecem incentivo diferenciado pelo retorno que ele proporciona. Por este e inúmeros outros motivos o agronegócio sempre teve incentivo diferenciado nas minhas gestões. Neste sentido, especialmente diante do momento desfavorável que atravessamos, temos redobrado a nossa atenção ao setor e isso tem nos mostrado uma luz no fim do túnel. Temos concentrado empenho em busca de parcerias, especialmente junto ao governo federal, para melhorar a nossa infraestrutura, requisito básico para manter e atrair mais produtores e investidores, de maneira geral. O fato de o Tocantins estar inserido no Matopiba também tem nos ajudado a planejar um cenário produtor para o nosso agronegócio.
 
Na avaliação do senhor, o que pode ser melhorado nesse setor?

Com já adiantei há pouco, os investimentos na nossa infraestrutura atuarão como uma mola propulsora para o agronegócio. Por isso não temos medido esforços para melhorar nossas estradas, nossa logística. De certa forma, já temos alguns passos dados, com o funcionamento de um trecho da Norte Sul, que recentemente inaugurou duas plataformas modais no Estado. O Ecoporto de Praia Norte nos sinaliza boas expectativas no processo de escoamento, não somente da nossa produção, como também dos estados vizinhos.
 
O que há previsto nesse setor que o governo pretende realizar? E quais os prazos?

Quem tem acompanhado as notícias pela imprensa já deve ter percebido que, apesar da crise, não estamos de braços cruzados. Estamos dando alguns passos, com o apoio de convênios, de parceiros para melhorar a nossa infraestrutura, de forma a facilitar a vida dos produtores que já estão aqui e, ainda, para atrair outros, inclusive empreendedores do setor industrial.  Regiões com a do Bico do Papagaio e a Sudeste já estão sendo contempladas com obras de infraestrutura que vão melhorar consideravelmente as estradas e, consequentemente, o escoamento da produção e a qualidade de vida dos seus habitantes. Temos ampliado incentivos para os investidores por meio de programas como o Prologística e o Proindústria, que reduzem a carga tributária. Essas e outras condições favoráveis já despertam interesse de grandes grupos econômicos internacionais, a exemplo da VLI, da Cargill, ADM e da Bunge. No que depender do nosso esforço, tudo será para ontem, porque o Tocantins tem pressa. Estamos preparados e muito otimistas, mas sabemos que não podemos parar.
 
Em poucas palavras, como o senhor definiria a Agrotins a alguém que não conhece a Feira?

Definiria como um espaço que reúne informações, aprendizado e inúmeras possibilidades favoráveis para todos os segmentos envolvidos no setor agropecuário. Desde expositores, pesquisadores, empreendedores a produtores e estudantes. Aproveito para convidar a todos para esse grande evento que promete surpreender com novas práticas e novas tecnologias.