Uma auditoria realizada pelo Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) identificou indícios de inconsistência cadastral nos dados de mais de 2,5 milhões de famílias que recebiam o benefício do Programa Bolsa Família em todo o País.

No Tocantins, das 134.891 famílias que recebiam o recurso, 3.578 - enquadradas na faixa com renda per capita acima de meio salário mínimo, tiveram o benefício cancelado. Já as 15.724 famílias com per capita entre R$ 170 e meio salário mínimo, tiveram o benefício bloqueado e a liberação só será feita depois que o beneficiário fizer o recadastramento.

Há ainda 8.076 cadastros - enquadrados na faixa com renda familiar per capita de até R$ 170 - apontados com indícios de inconsistência cadastral. Estes não tiveram o benefício cancelado ou bloqueado, mas terão que fazer o recadastramento.

Somadas as famílias do programa no Tocantins que tiveram o benefício cancelado, suspenso ou identificado com inconsistência nos dados, foram 27.381 cadastros com problema.

Subdeclaração

Paralelo à auditoria, a CGU fez um comparativo entre as rendas registradas em outras bases de dados oficiais com as declaradas no Cadastro Único do Bolsa Família, para identificar possíveis informações inverídicas. Neste caso, no Tocantins foram encontradas 3.294 famílias. De acordo com a CGU, em todo o País isso representa R$ 1,3 bilhão em pagamentos indevidos em dois anos. Entre os municípios tocantinenses, Palmas encabeça a lista dos que têm maior número de famílias com inconsistência cadastral (439), seguida de Araguaína (375) e Porto Nacional (224).

Em todo o País, cerca de 470 mil famílias tiveram os benefícios cancelados; 1,5 mi terão que fazer o recadastramento