Apontando “várias violações que têm colocado os passageiros e a sua segurança em risco”, o organismo regulador do transporte público de Londres, Transport for London, anunciou nesta segunda-feira (25) que não irá renovar a licença da empresa Uber na capital britânica. A autorização expira à meia-noite desta segunda.

A plataforma de serviço de veículos com motorista disse que vai recorrer da decisão – num prazo de até 21 dias.

Embora tenha reconhecido que a Uber tem se esforçado para resolver questões relacionadas à segurança, o órgão também afirmou que não garante que problemas que já ocorreram não voltem a acontecer. Assim, desautorizou a atuação da empresa por tempo indeterminado.

Em setembro, após período de 15 meses, foi concedida à Uber uma prorrogação de 2 meses da licença, condicionada ao cumprimento das normas de segurança dos passageiros. Mas a empresa, segundo a agência reguladora, manteve um “padrão de falhas”.

A Transport for London destacou, por exemplo, que os sistemas da Uber teriam permitido que motoristas não autorizados a dirigir pudessem colocar suas fotos em perfis de outros motoristas. Isso permitiria que eles apanhassem passageiros como se fossem o motorista solicitado. Casos assim ocorreram em pelo menos 14 mil viagens.

Outra prática foi a ausência de seguro em deslocamentos, alguns deles feitos com motoristas que já haviam perdido a licença para dirigir na cidade. Motoristas que haviam sido suspensos também conseguiram criar novas contas Uber e transportar passageiros.

“Segurança é a nossa prioridade absoluta. A Uber permitiu que os passageiros entrassem em minicabs [os táxis de Londres] com motoristas potencialmente sem licença e sem seguro”, disse a diretora de licenciamento, regulamentação e cobrança da Transport for London, Helen Chapman.

O prefeito de Londres, Sadiq Khan, disse que apoia a decisão da agência reguladora.

“Manter os londrinos seguros é, absolutamente, minha prioridade número 1, e a Transport for London identificou um padrão de falha da Uber que tem colocado a segurança dos passageiros diretamente em risco“, disse. Ele acrescentou, ainda, que reconhece que a decisão pode desagradar muitos usuários.

A Uber opera em 63 países e em mais de 700 cidades em todo o mundo e tem 91 milhões de usuários ativos por mês, de acordo com o site da empresa. No último trimestre, a Uber registrou uma perda líquida de quase  € 1,09 bilhão (US$ 1,2 bilhão).