A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro - Prohort. O estudo analisa a comercialização exercida nos entrepostos públicos de hortigranjeiros, que representam um dos principais canais de escoamento de produtos in natura do país. No Tocantins, o levantamento traz como destaque, a comercialização da melancia. A pesquisa indica as principais microrregiões do país na quantidade ofertada dessa fruta para as Centrais de Abastecimento, as Ceasas, analisadas em julho. A microrregião de Miracema registrou 1.296.100 kg no período em questão, enquanto que no município de Miranorte identificou-se uma quantidade de 1.132.100 kg. A conjuntura mensal do levantamento é realizada para hortaliças e frutas com maior representatividade na comercialização efetuada nas Ceasas do país e que possuem maior peso no cálculo do índice de inflação oficial, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a Gerente de Estudos do Mercado Hortigranjeiro (GEHOR) da Conab, Joyce Fraga, a pesquisa é feita através de uma parceria com as centrais de abastecimentos em todo o país, que no caso do Tocantins fica localizada em Palmas. De acordo com a Conab, ocorreram menores investimentos na cultura da fruta. Em 2019, o tempo mais seco nas microrregiões produtoras prejudicaram o plantio e o semeio em alguns locais (essa atividade geralmente é feita em maio e junho). Isso acabou por comprometer a produtividade de algumas lavouras. Além disso, o preço recebido por vários produtores no segundo semestre não foi tão satisfatório, o que os desanimou a aumentarem os investimentos no ano subsequente. Ainda segundo a Companhia, em 2020, com a situação consolidada de investimentos levemente menores, impactaram na redução das lavouras. Houve choque na demanda trazida pela pandemia (quarentena, restrições de mobilidade em diversas cidades e entrepostos atacadistas) e pela perda de poder aquisitivo da população, decorrente de uma crise econômica agravada pela chegada da Covid-19. Isso acabou por desincentivar ainda mais qualquer possibilidade de aumento dos investimentos para este ano. Em 2021, com nível de produção mais baixo e continuidade das restrições do ano anterior, a demanda continuou fraca com a queda do poder aquisitivo e do frio mais intenso no Centro-Sul do país, grande demandante da melancia tocantinense (em Gurupi, Lagoa da Confusão, Formoso do Araguaia, Porto Nacional, Miracema do Tocantins e outros locais).A previsão de baixa precipitação a partir de julho, feita pelo Instituto Nacional de Meteorologia, o INMET, em regiões do Tocantins e Goiás, assim como a presença de déficit hídrico, vem se confirmando. Segundo o levantamento da Conab, dado o menor investimento nas culturas em relação aos anos anteriores e à demanda fraca, a produção e o consumo internos devem ser ligeiramente menores em relação ao ano passado, sem perspectiva de disparada de preços. Ainda de acordo com a Companhia, as baixas temperaturas têm sido a tônica tanto nas regiões produtoras quanto consumidoras, inclusive nas regiões produtoras que estão situadas em menores latitudes, como Miracema do Tocantins.Segundo a Companhia, a presença de déficit hídrico pode comprometer tanto o plantio e semeio, se ocorrer no período dessa fase da cultura (demandando o uso de irrigação de produtores que tiverem condições de fazê-lo e, assim, aumentando os custos), quanto o enchimento, que afetaria assim a qualidade e a produtividade das frutas. Os técnicos do órgão explicam que caso haja muita insolação, várias delas podem ainda ter queimaduras na casca, comprometendo ainda mais a qualidade. Ainda de acordo com a equipe técnica da Conab, há vários fatores que influenciam na consolidação da demanda fraca, mas os principais em 2021 são renda em queda e frio. Quanto mais intenso o frio, menor a demanda, pois melancia é consumida em tempo mais quente.Quanto aos preços ao produtor, a equipe técnica da Conab explica que devem, na média anual, permanecerem estáveis, com algumas oscilações – algumas elevações em momentos de entressafra e de aumento das temperaturas, que deverão ocorrer a partir de meados de setembro. No varejo, os preços podem subir um pouco em alguns momentos, mas sem grandes disparadas. Devem permanecer estáveis, em patamares igual ou menor em relação ao ano anterior.O levantamento divulgado pela Companhia em julho, referente a junho, mostrou que os carregamentos para boa parte das Centrais de Abastecimentos, foram menores em virtude de alguns fatores, como o início lento da colheita da melancia tocantinense. No período em questão, foi registrada uma boa oferta da fruta e demanda fraca, decorrente das baixas temperaturas do centro sul do país, que elucidaram o movimento. Em junho, dentre as microrregiões que enviaram melancia para os mercados atacadistas, as com menores expressões, foram centros produtores localizados no Tocantins, São Paulo, Ceará, Pará e Rio Grande do Norte, quando comparada com estados como Pernambuco, Bahia e Goiás. O cenário com baixas cotações já era previsto para o mês subsequente, podendo até mesmo ser agravado pela intensificação da colheita no oeste do Tocantins. Em relação, às principais microrregiões do país na quantidade ofertada de melancia para as Ceasas analisadas neste boletim, em junho de 2021, a pesquisa traz como destaque no estado, o município de Miranorte na época com 263.500 kg.