A Latam anunciou na segunda-feira (24) que planeja fechar o ano operando 90% dos voos que realizava no final de 2019, recuperando boa parte da malha aérea perdida ao longo da pandemiaHoje, a empresa opera 49% dos voos que mantinha em relação a maio de 2019. Trata-se de um avanço. A comparação entre os meses de abril deste ano com o de 2019 era menor: 38%.A companhia afirma que se prepara para acompanhar a retomada da economia, mesmo que ainda em patamar de funcionamento abaixo do nível pré-pandemia. Segundo a Latam, a projeção leva em consideração que a procura por viagens aéreas domésticas vem aumentando, com base na evolução da vacinação.Jerome Cadier, diretor-executivo da companhia, afirma que a Latam já voltou a operar todas as rotas que partiam do aeroporto de Guarulhos antes da pandemia."Em maio, iremos operar 250 voos diários e para julho programamos operar em torno de 400", afirmou Cadier. Antes da pandemia, eram cerca de 750 voos diários.Para atingir os resultados planejados, a empresa pretende contratar 750 pilotos e comissários até o final de 2021, e está aguardando a chegada de sete aeronaves do modelo Airbus A320, que vão atuar na rota doméstica.No ano passado, a empresa anunciou a demissão de 2.700 profissionais, 345 dos quais entraram em programa de demissão voluntária.A Latam também anunciou um plano para quase dobrar sua frota de aviões cargueiros, passando de 11 para 21 aeronaves, do modelo 767.Outra novidade é o fim do acordo de compartilhamento, o chamado codeshare, que mantinha com a Azul desde agosto, e permitia que clientes de uma das empresas utilizassem voos da outra em 64 rotas. O compartilhamento vai cessar em 22 de agosto deste ano.De acordo com a Latam, a decisão levou em consideração a progressiva retomada dos voos a níveis mais parecidos com os de 2019."Este acordo de codeshare foi uma alternativa identificada pelas duas empresas para enfrentar a queda de vendas e redução de malha aérea durante o auge da pandemia. Com a perspectiva de melhoria, não há mais sentido", diz Cadier.O diretor-executivo também afirmou que a quantidade de passageiros que se beneficiaram do acordo neste ano ficou "aquém das expectativas" da empresa.Em nota, John Rodgerson, diretor-executivo da Azul, afirmou que a companhia percebeu que a consolidação da indústria seria importante para a recuperação da crise causada pela pandemia, que está ativamente estudando oportunidades de consolidação e contratou consultores financeiros para isso."Acreditamos que o encerramento do codeshare pela Latam seja uma reação ao processo de consolidação", disse Rodgerson.Ele afirmou ainda que a companhia está emergindo da crise em posição de liderança em termos de liquidez e recuperação de malha. "Nossos planos não mudaram e estou confiante de que estamos na melhor posição para buscar alternativas estratégicas neste momento."