Ontem, durante o Seminário Diálogo Brasil-Japão: Intercâmbio Econômico e Comercial em Agricultura e Alimentos no Matopiba, futuros investidores japoneses e empresários asiáticos já com investimentos no Brasil realizaram sugestões para facilitar as aplicações de capital na região.

O vice-ministro de Assuntos Internacionais do Ministério da Agricultura, Florestas e Pesca do Japão, Hiromichi Matsushima, disse que espera do Brasil um plano para infraestrutura de grãos. “Queremos trabalhar para participação das empresas no cenário agropecuário. Hoje o Brasil é um dos mercados para o qual o Japão mais exporta”, comenta.

O presidente da Ajinomoto do Brasil, Taro Fuje, sugeriu três pontos para serem estudados e discutidos entre empresas e governos. “É preciso primeiro transformar os negócios em algo mais seguro. Investir em equipamentos.” O empresário explicou que o Brasil produz muitos produtos, mas acaba comprando a matéria final de outros países. “É preciso agregar valor para que o País não sofra tanta influência do volume de produtos importados.” Fuje também sugeriu melhorias para o processo da cadeia produtiva, que vai desde o plantio até a venda dos produtos agropecuários. “É preciso mais estudos para adequação de culturas e trabalhar com uma tecnologia sustentável”, avaliou. Por fim, ele também recomenda uma taxa diferenciada para o transporte de produtos. “Uma boa opção é um sistema tributário no qual haja isenção de impostos para circulação de mercadoria”, aconselhou. Assim, o governo poderia investir “agressivamente” na exportação com melhor retorno ao produtor.

Avaliação

“O Brasil tem grande importância na segurança alimentar do Japão. Queremos ampliar a logística que nossa empresa oferece para atender as demandas brasileiras e suprir as japonesas”, disse o presidente da Mitsui, Shinji Tsuchiya. Por isso, o empreendimento já investe em uma área de produção de grãos em alta precisão, na Bahia e no Maranhão.

Com o mesmo pensamento, o presidente da Toyota do Brasil, Yoshifumi Araki, informou que sua empresa já começou a investir no setor de grãos, em especial na escoação. “Hoje temos instalações necessárias para dar suporte ao escoamento de grãos. Possuímos um corredor, que nos liga aos dois grandes portos da região, por meio de carretas. Além disso, no Porto de Itaqui temos uma saída exclusiva.”

Tocantins

Além das empresas japonesas, outros empreendimentos também estão visando a região. O empresário José Lima, está construindo um projeto em Porto Nacional, próximo a Ferrovia Norte-Sul. “Basicamente nós realizamos uma zona especial de negócio. Construímos um condomínio industrial multimodal”, explicou. Ainda segundo Lima, a perspectiva de investimento é superior a R$ 25 bilhões e a de geração de empregos é de mais de 30 mil postos.