A reativação da Sala do Empreendedor, espaço cedido pela Prefeitura Municipal de Natividade para ações de capacitação profissional conduzidas pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi realizada na última sexta-feira, 20, durante o Fórum Efeitos do Turismo no Desenvolvimento Regional - Serras Gerais, a Escola Agropecuária de Natividade.A iniciativa ocorre em cidades que não possuem sede da entidade, sempre em parceria com a prefeitura local, da qual um funcionário é designado a ser um agente de desenvolvimento que realiza a ponte do Serviço junto aos pequenos negócios da região. No local são realizadas reuniões, cursos, oficinas e palestras ministradas por profissionais do Sebrae.FórumO Fórum Efeitos do Turismo no Desenvolvimento Regional - Serras Gerais, ocasião em que foi determinada a reinauguração do espaço, envolveu representantes do poder público, de pequenos negócios locais e instituições do trade turístico. A programação contou com diversos debates acerca da atuação do associativismo e cooperativismo como agentes de desenvolvimento turístico, além das oportunidades de crédito e financiamentos para o aprimoramento de negócios e destinos dos turistas da região sudeste do Tocantins.O evento contou com a presença de Hercy Ayres Rodrigues Filho, chefe de gabinete do Ministério do Turismo. Natural de Dianópolis, Filho frisou a importância dos cidadãos locais se se sentirem participantes dos processos de desenvolvimento trazido pelas rotas turísticas e trabalharem melhor a receptividade de quem visita o sudeste do Estado.“O empresário precisa se qualificar, estruturar o destino dele, senão as pessoas não voltam lá. Temos que saber tirar proveito da nossa humildade de tratar e receber bem as pessoas, pois conheço a nossa hospitalidade e sei que conseguimos fazer isso. Temos que ser vanguardistas do nosso patrimônio senão outros virão e farão isso por nós”, ressaltou.A preocupação com um turismo sustentável também foi uma das pautas abordadas no encontro. Para Maria Antônia Valadares de Souza, superintendente de Operações Turísticas e Projetos Estratégicos da Agência de Desenvolvimento do Turismo, Cultura e Economia Criativa (Adetuc), a sustentabilidade dentro do turismo é trabalhada através de três eixos: ambiental, social e econômico. “As Serras Gerais hoje têm produto, falta buscarmos o mercado. Só tem mercado quando tem quem vende e quem compra, se não tiver as duas coisas ele não existe. Queremos trazer para as Serras Gerais o turista que quer manter a preservação ambiental”, assinalou.Entre as falas que compuseram o debate, Nilton Roversi, vice-presidente da Associação Tocantinense de Turismo Receptivo (ATTR) afirmou que a proposta é fazer o Tocantins ser o destino, e não o Jalapão, Serras Gerais ou Cantão. Além disso, o vice-presidente destacou que o fato dos principais destinos turísticos estarem próximos à Capital dá uma oportunidade logística de fazer com que cada um deles auxilie o outro a se vender. “Quanto mais pessoas visitarem o Jalapão, mais pessoas vão conhecer as propriedades e potencialidades que a Serra Geral tem e quais são as qualidades que essa região apresenta”, exemplificou.De acordo com Eliana Castro, diretora técnica do Sebrae, os caminhos tomados pela sociedade nos dias atuais dialogam muito com o turismo. “Eventos como esse direcionam o foco de atuação e investimento em áreas que tem ligação com a atividade turística”, afirmou.Presentes e exposiçõesPara Natalice Carvalho Ramalho, de 25 anos, participar do Fórum agregou muitos conhecimentos para sua área de atuação em uma agência de Turismo de Dianópolis.“Pude descobrir políticas públicas que nem imaginava que existissem na área de Turismo e estão disponíveis no mercado para que eu possa buscar, alcançar, implantar e evoluir”, finalizou.Paralelo ao evento, o local contou com exposições de trabalhos dos artesãos e artistas locais. Noemi Nunes de Cerqueira, presidente da Associação Divino Saber, expôs artesanatos e peças produzidas principalmente por jovens nativitanos, a maioria delas trabalhadas em madeira retirada da casca de cajazeiras, árvores típicas da cidade.“É um trabalho sustentável porque quando a madeira que reveste a árvore é retirada ela se recompõe. O projeto incorporou os jovens que já participam de um grupo de suça aqui de Natividade e receberam treinamento para fazer essas miniaturas e os tambores”, afirmou.Para ela, o artesanato contribui para levar a identidade da cidade para os turistas. “O artesanato representa a cultura do povo da cidade e caminha junto com o Turismo. O turista sempre procura levar uma recordação de onde visitou, algo que represente aquele local, e o artesanato tem tudo a ver com isso, representa a cara de Natividade”, destacou.O livro “Filigraneiros de Natividade, Tocantins: patrimônio imaterial, identidade e turismo”, também foi lançado durante o evento. Para Wátila Misla Fernandes Bonfim, pesquisador e autor do livro, a participação no evento foi uma contribuição a mais para aqueles que desejam conhecer o lado histórico do Turismo da cidade. “As joias que são tratadas no meu livro, produzidas por meio de técnicas preservadas somente aqui, atraem turistas para a cidade, movimentam a economia, geram renda para o município, então vai muito além de ser uma questão histórica e geográfica”, finalizou.-Imagem (1.1892034)