Uma família com a vida estabilizada que viu suas finanças ruírem do dia para noite, depois de um plano econômico implantado pelo governo federal. Quem nunca passou por isto ou pelo menos conhece alguém que já viveu esta situação no Brasil?

Mas, para o microempreendedor Individual (MEI), Antônio da Conceição Reis, uma palavra faz toda a diferença entre os que conseguiram superar a má fase e os que foram engolidos pela crise: atitude.

Proprietário de uma loja de importados no interior do Maranhão, viu seu patrimônio acabar no início do plano Real. E, sem ter muitas opções, decidiu vir para o Tocantins, acompanhado da esposa e de dois, dos três filhos. “Quando chegamos aqui, fomos vender água de coco, refrigerante e espetinhos nas portas dos eventos. Depois montamos um carrinho e fixamos aqui na estação. Há mais ou menos cinco anos resolvemos dar mais um passo, saímos da informalidade e montamos uma lanchonete”, assim Reis descreve sua trajetória, da queda à superação.

Depois de Reis, a filha que havia ficado no Maranhão, Karolina Nunes Silva Cunha, resolveu encontrar os pais. Trabalhou em uma panificadora, em uma lanchonete e quando engravidou do terceiro filho precisou sair do emprego. “Mas não me abati, fui fazer salgados e todos os dias vinha aqui pra estação vender numa caixa térmica. Hoje também montei uma lanchonete, junto com meu esposo e não temos do que reclamar. Trabalhamos muito, mas compensa”, disse Karolina.

História semelhante é a do vendedor ambulante Romildo Martins, que se viu desempregado e sem oportunidades resolveu montar uma banca de importados e confecções na estação de ônibus Javaé, em Taquaralto. “Comecei na Avenida Tocantins, mas aqui o movimento é melhor, tem mais gente passando. Então, transferi meu comércio pra cá, disse o ambulante, explicando que se tornar informal não é uma opção, mas sim uma questão imposta pela falta de oportunidades, “principalmente para quem já não pode contar com a juventude a seu favor”, definiu.

Essas três pessoas fazem parte de uma estatística que o País tem tido dificuldade de superar. No final de fevereiro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNAD), do Instituto Brasileiro de geografia e Estatísticas (IBGE) indicou que no Brasil são 12,7 milhões de desempregados atualmente.

A taxa de desocupação ficou em 12,2% no trimestre encerrado em janeiro. O índice é estável na comparação com o trimestre anterior, de agosto a outubro de 2017 e na comparação com o mesmo período de 2016, a taxa apresentou queda de 0,4%.