A indústria brasileira operava em dezembro 13,8% abaixo do pico de produção registrado em junho de 2013, segundo os resultados da Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

"A distância (do pico) já foi bem superior. Em fevereiro de 2016, essa distância alcançava 21,6%. Em outubro de 2016, essa distância era de 20,6%. Ou seja, claramente no ano de 2017, a despeito desse movimento de recuperação gradual, a indústria vem conseguindo recuperar esse espaço perdido. Mas ainda há uma distancia considerável a percorrer", avaliou André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE.

Apesar da melhora do ritmo de produção, o parque fabril ainda operava em patamar semelhante ao de junho de 2009.

"Com esse avanço do mês de dezembro, ele se distancia do início de 2009, está num patamar de meados de 2009. Há melhora, mas ainda assim, para dar um pouco da dimensão da perda que ainda tem a percorrer, a gente ainda está no nível de 2009", frisou Macedo.

Difusão

A produção cresceu em 20 dos 26 ramos industriais em dezembro de 2017 ante o mesmo mês de 2016, segundo o IBGE. Os resultados positivos alcançaram todas as categorias de uso, 51 dos 79 grupos e 54,0% dos 805 produtos pesquisados.

"O índice de difusão dá a leitura do espalhamento, dessa melhora de ritmo (da produção). Foi o terceiro mês seguido que o porcentual de produtos em crescimento fica acima de 50%. A última vez que isso tinha acontecido foi em 2013. Mais um sinal de que você tem um incremento maior nesse ritmo da produção industrial", ressaltou Macedo.

O índice de difusão - que mede o porcentual de produtos com crescimento na produção - passou de 58,9% em novembro para 54,0% em dezembro.

"Dezembro de 2017 teve dois dias úteis a menos que dezembro de 2016, o que pode ajudar a explicar a redução na intensidade de alta na produção (em dezembro ante o mesmo mês do ano anterior)", ponderou Macedo.

A atividade de veículos automotores, reboques e carrocerias teve um crescimento de 25,1% em dezembro de 2017 ante o mesmo mês de 2016, a maior influência positiva sobre o total da indústria no período.

Outras contribuições relevantes foram de metalurgia (18,1%), produtos alimentícios (2,9%), celulose, papel e produtos de papel (10,1%), equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (19,9%), produtos de borracha e de material plástico (8,0%), outros produtos químicos (2,6%), produtos de metal (5,8%), produtos têxteis (11,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (6,6%), outros equipamentos de transporte (10,7%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (5,8%) e produtos de madeira (8,3%).

Entre as cinco atividades em queda, as principais influências negativas foram das indústrias extrativas (-3,0%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-15,5%).