Conhecida como a "caixa d'água" do sistema elétrico brasileiro pelo grande número de hidrelétricas próprias, e já com um perna em energia eólica, com 43 parques espalhados pelo País, Furnas acaba de dar os primeiros passos na energia solar, com a construção do primeiro parque solar fotovoltaico da empresa.

De acordo com o superintendente de empreendimentos de geração de Furnas, Rodrigo Calixto, o primeiro projeto será para consumo próprio (geração distribuída), mas já estuda a entrada no negócio de geração centralizada no ano que vem, seja por meio dos leilões de energia ou pela venda direta direto no mercado livre.

A ideia é que já em meados de 2020 a empresa participe dos leilões para vender projetos de três usinas solares, totalizando 200 megawatts. Outra opção será a venda dessa energia no mercado livre, informou Calixto.

Uma das usinas terá capacidade de gerar 130 megawatts, e se aprovada, será instalada na divisa de São Paulo e Minas (usina hidrelétrica de Luiz Carlos Barreto). Outra, de 40 megawatts, será construída em Goiás (usina hidrelétrica de Corumbá, e a terceira, de 30 megawatts, na usina de Batalha, na divisa de Minas com Goiás.  

“A geração distribuída foi a melhor forma que a gente encontrou para reduzir nossa conta de luz, e já estamos olhando mais duas para atender nossas contas da Enel (interior do Rio). É também uma forma de conhecer melhor o setor para os futuros projetos”, explicou Calixto ao Estadão/Broadcast.

O primeiro projeto da empresa na geração distribuída vai custar R$ 11,1 milhões e prevê a construção de três usinas solares fotovoltaicas de 1 megawatt cada. As unidades serão instaladas em locais próximos à usina hidrelétrica Anta, localizada no rio Paraíba do Sul, divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O segundo projeto, de acordo com Calixto, será feito em Campos, interior do Rio, com capacidade para gerar meio megawatt. “É pequena, mas a intenção é reduzir a conta de luz das nossas operações também no interior do estado”, explicou.

O projeto pioneiro tem por objetivo reduzir a conta de luz dos escritórios de Furnas na zona sul do Rio em  40%, estima. O sistema funcionará pelo esquema de autoconsumo remoto, que permite que o consumidor instale seu sistema gerador em local diferente do local de consumo, desde que ambos estejam em sua titularidade e dentro da área de concessão da mesma distribuidora.

A previsão é de que o primeiro parque fique pronto em nove meses e tenha a primeira geração comercial no primeiro trimestre de 2020. A expectativa é de que o investimento se pague em cerca de cinco anos, segundo o superintendente.

Já o segundo projeto deve custar entre R$ 2 milhões e R$ 2,5 milhões e a licitação será lançada ainda em julho, de acordo com Calixto. “Pretendemos também fazer outros parques de autoconsumo remoto das unidades de Furnas em São Paulo e Minas Gerais para reduzir ainda mais os nossos custos”, afirmou.