A agência de classificação de Risco Fitch manteve nesta terça-feira (21) a nota de crédito do Brasil em “BB-“, ou seja, com perspectiva estável.

Segundo Fitch, a classificação decorre das fraquezas estruturais nas finanças públicas do país, assim como pelas fracas perspectivas de crescimento da economia no ano.

A nota de crédito soberano do país (BB-) permanece três degraus abaixo da faixa denominada grau de investimento, ou seja, considerada pelo mercado com baixo risco.

Segundo a Fitch, em relação à conjuntura política, há um ambiente difícil, aliando-se a questões de corrupção, que dificultam o avanço, no Congresso Nacional, de reformas fiscais.

Mencionando especificamente a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Previdência, Fitch afirma acreditar que, em comparação com o período anterior às eleições presidenciais de 2018, as chances de aprovação da reforma, agora, são maiores. Entretanto, a agência menciona que é provável que haja, durante a tramitação, atrasos no calendário.

“A qualidade (e, portanto, a poupança) da reforma dependerá da capacidade da administração de envolver e mobilizar apoio no Congresso. Os riscos idiossincráticos decorrentes de investigações relacionadas à corrupção podem pesar no progresso da reforma. Um completo fracasso no avanço da reforma não pode ser descartado“, alerta, entretanto, 1 dos trechos da nota, que é assinada por Shelly Shett, diretora sênior do grupo para América Latina.

Em relação a perspectivas para o PIB (Produto Interno Bruto) doméstico, a Fitch calcula que, neste ano, a economia local deverá crescer 1,5%, acima da projeção de economistas consultados pelo BC.

“A incerteza em torno da capacidade do governo de executar reformas, o contínuo impacto adverso da crise argentina e o colapso da barragem da Vale no início deste ano estão pesando no crescimento”, menciona o comunicado.

Ontem, o boletim Focus, relatório semanal divulgado pelo BC (Banco Central), reduziu, pela 12ª vez consecutiva, a projeção do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro neste ano, para 1,24%.

Mencionando as contas públicas, a agência de risco diz entender que a aprovação da PEC da Previdência é importante, mas não fator único, no longo prazo, para reequilibrar as finanças.

“A Fitch acredita que a aprovação de uma reforma previdenciária é necessária, mas não suficiente para melhorar significativamente as perspectivas de curto prazo para as finanças públicas e para cumprir o limite de gastos nos próximos anos.”

Fitch menciona, também, controle de gastos com o setor público e redução de subsídios concedidos como medidas fiscais a serem adotadas.

No dia, o Ibovespa, principal índice da B3 (Bolsa de Valores de São Paulo) opera, no momento, em alta de 2,70%, aos 94.431 pontos, repercutindo, no noticiário econômico, a manutenção do rating brasileiro pela Fitch.