A gerente de uma loja popular na Norte, Poliana Alexandre Leão, comenta que os feriados têm trazido um prejuízo de aproximadamente 30% para o comércio que gerencia, mesmo as portas não se fechando em datas não se fechando na maioria das datas vermelhas do calendário. “Agora no Carnaval mesmo, muitas pessoas já viajaram por conta dos vários dias de folga. Aqui ainda não temos uma cultura forte da festa e por isso o comércio acaba tendo uma movimentação fraca, sem contar nos outros feriados do ano, que impactam diretamente em nossas vendas”, diz.A reclamação da gerente faz sentido, porque o impacto negativo no comércio do Tocantins devido aos feriados nacionais deve ser de R$ 155 milhões, conforme um estudo realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em todo País, esse prejuízo está estimado em R$ 19,6 bilhões.Em 2019, os prejuízos oriundos dos feriados nacionais no Estado ficaram em R$ 134,7 milhões no Tocantins. O prejuízo deste ano é maior A variação é explicada pela maior quantidade de feriados que caem em dias úteis neste ano, em comparação com o ano passado.No carnaval, a confederação menciona que já virou tradição em algumas cidades como é o caso de Gurupi, Dianópolis, Arraias e na Capital, receberem turistas de outras cidades e estados. Para o Tocantins, a previsão é que se tenha um maior movimento no setor de comércio, serviços e turismo, criando assim novas vagas de empregos temporários, principalmente nos segmentos de hospedagem e alimentação.A geração desses prejuízos se dá por conta da queda no nível de atividade ou pela elevação dos custos de operação. De acordo com o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, a folha de pagamentos, por conta das horas extras a serem pagas, é a principal fonte dos prejuízos impostos pelos feriados. “Por mais que as vendas possam ser parcialmente compensadas nos dias imediatamente anteriores ou posteriores aos feriados, em virtude do fechamento das lojas ou da diminuição do fluxo de consumidores, o peso relativamente elevado da folha de pagamentos na atividade comercial acaba comprimindo as margens de operação do setor”, afirma o economista.Para o presidente interino da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do estado do Tocantins (Fecomércio), Domingos Tavares, mesmo com as medidas tomadas na Convenção Coletiva de Trabalho, o comércio do Tocantins sente esses impactos. “Nós lutamos há alguns anos para a diminuição da necessidade de fechamento do comércio em alguns feriados específicos ou ainda pela flexibilização e compensação de horas extras em datas como essas, porém como é mostrado neste estudo, os impactos ainda são grandes para os empresários do comércio”.-Imagem (1.1999385)