As projeções para o crescimento da economia brasileira no segundo ano da pandemia variaram de 3% a 5,3% ao longo de 2021. O PIB (Produto Interno Bruto) do país avançou 0,5% no quarto trimestre de 2021 e encerrou o ano com crescimento de 4,6%, segundo o IBGE.Os números do mercado não são muito diferentes das projeções do Ministério da Economia, que foram de 3,2% a 5,3%. As do Banco Central do Brasil, de 3,8% a 4,7%.O último relatório Focus apontou crescimento de 4,5%.No início do ano passado, economistas consultados na pesquisa Focus do Banco Central projetavam crescimento de 3,5% para 2021.Esse número foi sendo reduzido até abril, quando chegou ao patamar mais baixo do ano diante de uma piora na crise sanitária que provocou novas restrições de circulação.A chamada segunda onda, no entanto, teve impacto maior do ponto de vista da saúde, mas menor na economia. Com isso, as previsões para o PIB do ano começaram a melhorar e chegaram ao ponto mais alto em agosto.Quando ficou claro que a economia havia parado de crescer e que a inflação em alta demandaria mais aumentos de juros, elas voltaram a piorar.Além disso, o governo federal e o Congresso decidiram romper o teto de gastos para aumentar despesas, algumas delas sem relação com a crise sanitária, o que contribuiu com a piora das condições financeiras (juros e câmbio, por exemplo) e da confiança dos agentes econômicos.Para 2022, as projeções no começo do ano passado estavam em 2,5% de crescimento. Desde março estão sendo reduzidas e se encontram atualmente em 0,3%.Erros de projeção se tornaram mais frequentes durante a pandemia. A crise sanitária provocou gargalos de fornecimento, alterações de preços de insumos e mudanças nas cestas e nos padrões de consumo. Essas mudanças colocam em xeque os modelos de projeções utilizados por economistas e autoridades públicas.Diversos governos também adotaram programas de estímulos em níveis nunca vistos nas últimas décadas, provocando distorções em decisões de investimento e poupança.Em 2020, a crise sanitária levou a uma surpresa negativa principalmente nos dados do PIB. Em 2021, a questão central foram os índices de preços, com uma inflação inesperada, também ligada à pandemia, e que ainda persiste em 2022.Recentemente, a alta dos preços ganhou força com a guerra na Ucrânia, o que já preocupa inclusive o governo brasileiro.