Presidente da Federação das Indústrias do Tocantins, o empresário Roberto Pires afirma que a Fieto considera inadequada a reoneração da folha de pagamento para empresas de 17 setores, uma consequência natural caso o Congresso Nacional não derrube o veto do presidente Bolsonaro à lei que estende até dezembro de 2021 essa desoneração. Nesta terça-feira, às 15 horas, o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), promove uma reunião para definir a votação do veto nº 26 do presidente Jair Bolsonaro, ao artigo 33 da Medida Provisória 936, que prevê a prorrogação. Segundo Pires, em meio a pandemia os benefícios da medida segurou as contas de muitas empresas e contribuiu para a geração de empregos. “A desoneração da folha de pagamento estimulou a economia e deu fôlego, inclusive, para o segmento industrial gerar novos postos de trabalho, a exemplo da construção civil”, afirma.Com a desoneração as empresas podem substituir a Contribuição Previdenciária Patronal (CPP) pela Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB), imposto que recai sobre a receita bruta da empresa. A medida permite que invés de pagar 20% sobre o valor da remuneração de cada profissional, o valor recolhido passa a ser um percentual sobre a receita bruta que varia entre 1% a 4,5%, de acordo com o setor. Na avaliação de Pires, se o país voltar a cobrar encargos maiores, haverá desemprego. “Reonerar a folha de pagamento em meio a uma pandemia na qual foi discutida até mesmo a sobrevivência destas empresas, se mostra inadequado, já que o custo elevado de encargos trabalhistas pode aumentar o desemprego”. A Federação das Indústrias do Tocantins reúne 12 sindicatos patronais da indústria: das Indústrias da Alimentação (SIA); das Indústrias Gráficas (SIG); das Indústrias de Confecções (SICON); das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e do Material Elétrico (SIME); das Indústrias da Madeira e do Mobiliário (SIMAM); das Indústrias dos Beneficiadores de Arroz (SINDIATO); das Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado do Tocantins (SIQFAR); das Indústrias dos Produtos Minerais não Metálicos (SIPMME); das Indústrias de Reparação de Veículos, Máquinas, Aeronaves e Acessórios (SINDIREPA); das Indústrias de Construção Civil (SINDUSCON); Indústrias Frigoríficas (SINDICARNES); das Indústrias de Cerâmica para Construção (SINDICER).Comunicação impactadaA Avecom (Associação dos Veículos de Comunicação) do Tocantins se posicionou a favor da derrubada do veto à desoneração da folha pelo Congresso Nacional. "Entendemos que o momento pelo qual passamos é delicado e impactou a todos sem distinção, principalmente com relação à questão financeira", afirma o presidente da entidade, Márcio Rocha."Com o setor da comunicação, que tem seus profissionais trabalhando na linha de frente, cobrindo o combate à pandemia que assola o Brasil e o mundo não é diferente. Somos 100% a favor da derrubada do veto", completa. A Avecom reúne 19 empresas de comunicação que mantém veículos na internet e impressos no Tocantins. Segundo eles, a medida seria importante para a retomada da economia, pois muitas empresas ainda estariam fragilizadas após os impactos das medidas de combate à pandemia. A desoneração da folha beneficia 17 segmentos responsáveis por um grande número de empregos gerados no País, que somariam mais de seis milhões de ocupações, como construção civil, transportes, call centers e confecções.