Grande parte das indústrias tocantinenses que precisaram optar por linhas de crédito se dizem insatisfeitas com as medidas do Governo Federal, segundo a pesquisa Acesso aos Serviços Financeiros – Desempenho do Crédito Emergencial. Das pesquisas, 31% necessitaram de crédito e 24% conseguiram obter, porém somente 14% deste volume conseguiu sanar suas necessidades.

Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto), a pesquisa identificou que os  recursos exclusivos para o enfrentamento da crise financeira provocada pela pandemia da Covid-19 não estão chegando ao Estado e os números não são tão distantes dos que antecediam à crise sanitária, conforme uma pesquisa realizada ainda em 2018. 

Essa pesquisa antiga mostrava que as empresas demandantes de crédito eram 59%, entretanto 26% conseguiram e 14% informaram ser no volume necessário para as atividades. Para o Federação, esses dados indicam que a dificuldade de acesso ao crédito não se minimizou mesmo com o caráter emergencial. 

Dificuldade

Conforme a Fieto, o estudo recente aponta que quatro em cada cinco empresas tocantinenses relataram prejuízos com reflexos diretos em toda a economia. Entre os problemas apontados pelos 86 entrevistados devido a não obtenção dos recursos solicitados, 76% indicaram dificuldades no negócio, 16% inadimplência junto a fornecedores e 5% junto aos colaboradores. Além disso, outros 3% relataram e atraso de pagamento de tributos 

A Federação ainda questionou as dificuldades enfrentadas pelos empresários na hora de obter o financiamento, como 72% dos relatos sobre as dificuldades de cadastro, 43%burocracia excessiva, 20% deficiência do projeto de  solicitação de crédito oferecido ao banco, 17% exigências de garantias fidejussórias e 10% atendimento deficiente. Outro 2% em  imposição de compras de produtos não desejados. 

A Pesquisa de Acesso aos Serviços Financeiros ainda identificou que quase metade dos industriais, o percentual de 44%, disseram não conhecer ou não ter interesse nas linhas disponibilizadas pelo Governo Federal. A pesquisa ocorreu de forma online em julho.