O país registrou a criação líquida de 155,1 mil empregos com carteira assinada em janeiro. O saldo é resultado de 1,7 milhão de contratações e 1,6 milhão de desligamentos.O dado ficou 38% abaixo do registrado em janeiro do ano passado, quando o saldo líquido foi de 254,3 mil -considerando ajustes (ou seja, dados entregues pelas empresas após o prazo).Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado nesta quinta-feira (10) pelo Ministério do Trabalho e Previdência. Os números abrangem apenas contratos formais, regidos pela CLT (Consolidacao das Leis do Trabalho).Os dados mostram um fechamento de 60 mil vagas no comércio, único setor com resultado negativo no mês. O saldo reverte o desempenho de um ano atrás, quando o segmento criou 10,1 mil vagas.Por outro lado, janeiro foi beneficiado pela criação de empregos puxada por serviços (102 mil postos) e seguida por indústria (51,4 mil), construção (36,8 mil) e agropecuária (25 mil).O salário médio de admissão no país continua abaixo de um ano antes. Em janeiro, o indicador ficou em R$ 1.920,59 --queda real de 1,2% na comparação com mesmo mês de um ano atrás. Apesar disso, é o melhor patamar em sete meses.Os dados vieram acompanhados também de um aumento nos pedidos de seguro-desemprego. Foram 529 mil requerimentos em janeiro, patamar mais alto em nove meses e também 10% acima de janeiro do ano passado (quando o total foi de 480 mil). Os trabalhadores têm de 7 a 120 dias após a data do desligamento para requerer o benefício.Os analistas esperam criação de vagas em 2022, embora em nível inferior ao do ano passado. Em 2021, o Brasil criou 2,7 milhões de vagas de emprego formal.O saldo de 2021 mostrou uma reversão em relação aos 191,5 mil desligamentos (considerando resultados atualizados pela pasta) de 2020. Naquele ano, o país enfrentava um momento mais severo na economia devido à chegada da Covid-19 e as consequentes medidas de distanciamento social.Mesmo com o saldo positivo no ano passado, o Brasil teve a sexta maior taxa de desemprego em uma lista com 42 países. É o que aponta um ranking produzido pelo economista-chefe da agência de classificação de risco Austin Rating, Alex Agostini.